O período de seca e estiagem que afeta a região Sudeste, sobretudo o estado de São Paulo, tem causado enorme preocupação não somente entre a população afetada, como também entre as autoridades públicas e especialistas da área ambiental e climatológica. E também não é para menos, já que logo ali adiante situação similar pode ocorrer e se expandir para outras regiões do Brasil, afetadas diretamente por influência dos fenômenos climáticos ambientais da região amazônica, sobretudo dos impactos causados à floresta tropical, tão ameaçada pela ação humana.
A grande maioria dos habitantes não só da região Sudeste, mas de outras regiões do Brasil, desconhece a influência preponderante que a floresta Amazônia exerce sobre o clima brasileiro em seus aspectos diversos, característicos e típicos de cada região, embora ligados e dependentes, do ponto de vista de seu equilíbrio, desse macro clima continental. E o mais interessante disso tudo é que grande parte das mudanças climáticas decorrentes dos impactos ambientais que estão acelerando o processo de destruição da floresta amazônica está relacionada com demandas de consumo oriundas justamente (não exclusivamente) daqueles que estão temendo e sofrendo com a falta de água nos aglomerados urbanos, porém abarrotados de carne e produtos lácteos em seus estômagos e geladeiras.
Segundo o INPA – Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia, 80% do desmatamento da Amazônia se deve à pecuária, que avança para cima da floresta criando novas áreas de pastagens e forragens, ocasionando queimadas que contabilizam 2/3 das emissões brasileiras dos gases estufa. Troca-se árvore e biodiversidade por boi e por soja e milho que vão alimentar este. Aliás, não só este, mas também os bois da Europa e da Ásia. As áreas de pasto triplicaram nos últimos 30 anos e a área desmatada acumulada atingiu, só no ano de 2007, 720 mil km2. A região amazônica responde por 41% dos abates bovinos no Brasil e um em cada três bifes consumidos vem de lá.
Mas, como se não bastasse contribuir com a destruição da floresta através do consumo de carne e laticínios e com isso sofrer com as mudanças climáticas que ocasionam o excesso ou a falta de água, o sujeito ainda desperdiça milhares de litros de água consumindo esses produtos. Todo o cuidado com a economia de água através das torneiras fechadas enquanto escova os dentes ou redução do tempo de banho escorrem esgoto afora com os 15 mil litros desta utilizados na produção de um quilo de carne bovina ou nos mil litros de água para a produção de um litro de leite. E ainda temos os 6.309 litros de água para 1 quilo de carne porco, 3.918 litros para 1 quilo de carne frango, 4.914 litros de água para 1quilo de queijo processado e 3.094 litros para 1 quilo de queijo fresco, 11.535 litros para 1 quilo de salsicha e 3.340 litros de água para a produção de 1 quilo de ovos.
A maior contribuição para evitar os impactos ambientais que afetam o clima e o desperdício de água passa pela mudança de hábitos que incluem a adoção de uma dieta realmente sustentável, que é a dieta vegetariana.