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Conheça os muçulmanos que lutam contra o massacre de animais em festival religioso

6 de setembro de 2017
3 min. de leitura
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Porém, alguns ativistas muçulmanos têm pressionado pelo fim dos assassinatos e encorajado os fiéis a desfrutar de um banquete sem carne.

Animais vítimas do massacre em festival religioso
Foto: Creative Commons

Nas semanas anteriores à celebração, as ruas de muitas cidades do Oriente Médio são tomadas por animais que serão mortos e  milhões são assassinados a cada ano.

A prática terrível despertou crítica dos grupos de direitos animais sobre a forma como as criaturas indefesas são manipuladas, transportadas e mortas para a alimentação.

Uma organização que luta contra matança do Eid-al-Adha é a “The Vegan Muslim Initiative”, um grupo muçulmano de direitos animais com bases na Austrália e no Canadá.

O cofundador do grupo, Sammer Hakim, afirmou que perpetuar a extrema crueldade nos tempos modernos é um ato de irresponsabilidade.

Embora alguns muçulmanos acreditem que as mortes são obrigatórias no Islã, outros apontam que o Profeta Muhammad raramente ingeria carne e era conhecido por sua gentileza com os animais. Especialistas também afirmam que muitos de seus companheiros próximos não participaram do sacrifício.

“O Alcorão não exige o assassino de animais de acordo com a grande maioria dos estudiosos. Porém, mesmo que exigisse, como muçulmanos, temos uma margem de manobra para se adaptar ao acordo”, disse Hakim.

“Precisamos examinar esta prática à luz das realidades na terra e hoje, vemos que a produção e a matança de animais em massa são a ameaça número um para o nosso mundo de hoje. Faz muito pouco sentido continuar fazendo algo que acelera nossa própria destruição em tantos níveis”, acrescentou.

Hakim não está sozinho e o grupo já possui quase 800 membros em todo o mundo. Muitos vegetarianos e veganos muçulmanos se sentem desconfortáveis conforme o extermínio anual se aproxima e alguns optam por evitar as festas em conjunto em uma tentativa de evitar a carnificina.

O grupo aponta que os animais são frequentemente mantidos em condições desumanas antes de serem assassinados brutalmente e os danos ambientais provocados pela pecuária são somente algumas das razões pelas quais o massacre anual deve acabar.

Apesar de suas fortes convicções, Hakim admite que os ativistas receberam uma resposta mista desde que foram a público para pedir um Eid sem carne, revela o Albawaba News.

“Minha avaliação geral é que algumas pessoas são resistentes à mudança quando se trata dessa questão. Recebemos algumas mensagens furiosas. Porém, recebemos um forte apoio de parte da comunidade muçulmana”, completou.

Na semana passada, uma publicação no site da organização que se posicionou contra os assassinos, desencadeou uma série de respostas nas quais o autor foi amplamente criticado e seus pontos de vista foram considerados anti-islâmicos.

Apesar das críticas que o grupo recebeu em certas regiões, Hakim diz que eles não desistirão da campanha para incentivar os muçulmanos a participarem de uma festa sem carne.

“Nossa visão é educar os muçulmanos em todo o mundo até ocorrer uma grande mudança de paradigma. Matar desnecessariamente animais não é o caminho a ser seguido. Isso gera mais danos generalizados do que bons e, como cidadãos globais responsáveis, devemos refletir sobre novas e melhores maneiras de ajudar a reparar este planeta. Esperamos trazer de volta a verdadeira essência de cuidar deste mundo”, finalizou

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