Por Ana Paula Sena
Perder um animal para muitas pessoas é muito triste. Além do choque, o tutor se depara com um problema: O que fazer com o animal após a sua morte? É comum os tutores enterrarem, deixar em clínicas veterinárias e há quem jogue no lixo, igarapés ou terrenos vazios.
De acordo com o diretor do Centro de Controle de Zoonoses de Manaus (CCZ), Francisco Zardo, é preciso que os tutores se responsabilizem pelo destino dado ao corpo. Ele explica que animais mortos podem transmitir ao homem doenças, como toxoplasmose, leptospirose, raiva e psitacose (em aves). O ideal é que sejam cremados, nunca jogados em rios ou enterrados em qualquer local.
“Não temos esse serviço no Amazonas, por isso é preciso ter cuidado, nunca se deve manusear o animal sem luvas, o cadáver é fonte de contaminação para o solo e lençóis freáticos”, diz.
O veterinário explica que os animais devem ser colocados pelo menos dentro de um saco plástico ou os tutores devem contratar um petshop que realiza enterros de animais. “Em Manaus já temos um cemitério particular para animais”, revela.
A autônoma Gisele Oliveira, 31 possui um cachorro da raça yorkshire, de três anos, e fica indignada quando vê algum animal jogado no lixo ou igarapé.
“Acho um grande desrespeito ao animal que foi amigo e fiel durante a vida. O pit (cachorro) é considerado um membro da família, amamos e cuidamos dele como se fosse um filho”, contou.
O presidente do Sindicato das Funerárias de Manaus, Manoel Vianna, revela que já realizou enterro de um cachorro, que segundo ele, era muito querido pela tutora. Ela comprou a melhor urna e o enterrou em uma cova particular no cemitério Nossa Senhora Aparecida, no Tarumã.
“Foi incrível ver uma senhora chorando e enterrando seu animal, ela dizia que estava perdendo um filho”, revelou.
Com o crescimento desse mercado em Manaus, Manoel Vianna afirma que está investindo na área, a partir de junho deste ano, ele promete oferecer na sua empresa, urnas próprias para animais.
Limpeza recomendada
A veterinária Rosineide Fonseca ensina que não é obrigatório fazer um exame pós-morte, a não ser quando há suspeita de raiva ou leptospirose. Caso a suspeita seja confirmada, a vigilância sanitária precisa ser comunicada.
Quando o animal morre em casa é preciso se preocupar com algumas doenças que ficam no ambiente, como a cinomose, que é viral e contagiosa.
Se a pessoa adquirir outro animal, principalmente um filhote, que é mais sensível e ainda não recebeu todas as vacinas, ele corre o risco de contrair a mesma doença.
“A limpeza diária da casa com produtos específicos a base amônia quaternária, um desinfetante potente, é capaz de eliminar os resquícios e tornar a casa apta a receber outro animal. Aquelas máquinas que soltam jatos de vapor também são eficientes na limpeza do ambiente”, disse.
Rosineide ainda lembra que a prefeitura pode remover o corpo do animal tanto da clínica quanto da casa.
“A prefeitura despeja os corpos no aterro sanitário, o que também não é o ideal. Os tutores devem se conscientizar do que acontecerá com o animal. Há muitas clínicas clandestinas nas quais a prefeitura nem faz a coleta”, conclui.
Fonte: A Crítica