O sul-africano Kobus Olivier, que vive na Ucrânia, se nega a deixar o país e abandonar seus cães, mesmo diante do bombardeio iniciado pela Rússia. “Vou ficar por causa dos meus cães, nunca os deixarei, nem sequer é uma opção”, diz o sul-africano em Kiev, depois do presidente russo Vladimir Putin ter ordenado ataques ao país.
Kobus Olivier, CEO da Federação Ucraniana de Críquete, originário da Cidade do Cabo, acredita que está a salvo no seu apartamento, mesmo quando dezenas de expatriados tentam desesperadamente fugir da cidade.
“Eu tinha a opção de partir, mas optei por não o fazer. Tenho comida para um mês, tanto para mim como para os meus cães [Mamma Ticky, Ollie, Kaya e Jessie]. Nós cinco ficamos aqui presos e esperamos que tudo corra bem” disse.
Ele acredita que o mais seguro é ficar no seu apartamento. “Estou bastante seguro aqui, somos uma comunidade de expatriados que se apoiam uns aos outros. Esvaziei a minha conta bancária e troquei o meu dinheiro em dólares na semana passada. Tive a opção de sair mas optei por ficar”, disse Olivier.
Ele vive na Ucrânia há quatro anos.
Desde que a Rússia invadiu o país na última semana, centenas de milhares de ucranianos estão fugindo do país com medo da guerra e muitas famílias têm deixado cães e gatos para trás para conseguir atravessar a fronteira.
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Putin ordenou o destacamento de tropas para duas regiões separatistas no leste da Ucrânia, depois de as reconhecer como independentes na segunda-feira (21), acelerando uma crise que o Ocidente teme que possa desencadear uma grande guerra, relata a Reuters.
“Há explosões barulhentas a partir das 5 da manhã, as sirenes dispararam por volta das 4 da manhã. As estradas estão congestionadas com pessoas que tentam sair com as suas famílias. Nenhum carro é capaz de sair ou entrar no centro da cidade.
“Algumas pessoas passaram pelo meu apartamento com malas, penso que estão tentando chegar à estação ferroviária. Todos estão a tentar sair de Kiev. As pessoas estão num completo bloqueio de trânsito e algumas estão estacionadas à beira da estrada, tentando chegar à fronteira com a Polônia”, disse Olivier.
Ele disse que vivia com o seu pai na Ucrânia, mas o perdeu no ano passado.
Agora ele pode ir para a Polônia que, atendendo a apelos, aprovou em tempo recorde uma resolução que permite as pessoas que estão fugindo da guerra entrar com os seus animais domésticos, mesmo que não tenham a documentação veterinária exigida pelo país.