EnglishEspañolPortuguês

Depois do começo

6 de novembro de 2013
3 min. de leitura
A-
A+

Por Leonardo Mendel (da Redação)

O ano de 2013 já está marcado na história dos direitos animais no Brasil. O resgate de animais no Instituto Royal e todo o debate sobre o uso de animais em testes, no ensino e pesquisa configuram um novo panorama para análise e discussão por parte de grupos e ONGs pelo país.

Os grandes meios de comunicação deram a sua contribuição em levantar o tema, na maior parte das vezes de forma a não contrariar interesses de parceiros e anunciantes, se colocando de forma dúbia (não confundir com imparcial) enquanto os muros de intolerância e viés especista foram derrubados por informações publicadas on-line, pelos políticos que verdadeiramente procuraram informação e ativistas.

Assim como ocorreu nas manifestações de junho, ficou difícil defender a truculência policial e as declarações egocêntricas e pretensiosas das autoridades. A máscara da grande imprensa também caiu, com raríssimas exceções, com interesses ainda a apurar.
As centenas, depois milhares de pessoas que se juntaram aos esforços das ativistas acorrentadas ao portão do Instituto Royal escreveram com suas próprias mãos um novo capitulo do movimento no mundo. O que aconteceu em São Roque naquela noite de outubro nos enche de emoção, esperança e ânimo para levar a mensagem de paz contra a exploração. A partir de agora as pessoas até podem se dividir sobre o que ocorreu. Podem discutir a ação, o desenrolar dos fatos. Mas não há mais espaço para a ignorância. É a deixa que todo ativista deseja para informar, conscientizar, mostrar que alternativas existem e que é possível marcar uma posição consistente contra a violência.

Esta posição sem dúvida é a abolição do uso de animais. É a atitude lúcida, pacifica, mas sobretudo consistente. Reconhecer as faces desta exploração, é ser a voz para aquelas pessoas não humanas, vitimas inocentes condenadas por não pertencer a mesma espécie.

Não foi a primeira vez que ativistas pelos direitos animais se mobilizaram contra a visão arcaica e monetizada da relação animais humanos e não humanos, para dizer o mínimo. Ao invés de colocar uma retrospectiva, é necessário traçar possibilidades para manter aceso o debate e ampliar a discussão rumo a questionar todo o uso de animais. Pelos animais que ainda sofrem em laboratórios, estabelecimentos de ensino, biotérios, criadouros, fazendas, florestas. Para eles e para quem os defende, cada um destes locais é um Instituto Royal. Todo fazendeiro, empresário, professor e funcionário nos locais de exploração é uma Silvia Ortiz. Vamos retirar as foscas lentes que prejudicam a conexão com o real, o véu da inocência a que se refere a filósofa Sonia Felipe; os eufemismos e figuras de linguagem que maquiam o real sofrimento dos animais. Para os animais não é uma questão de opção, é uma questão de vida ou morte. Para os ativistas não é uma questão de sentimentalismo barato, é uma questão de moral e justiça.

Novas leis, portarias e decisões devem vir atreladas a esta nova realidade. Que elas tragam efetivamente o fim do uso de animais vivos em laboratórios e incentivos para o desenvolvimento e pesquisa de métodos alternativos. Infelizmente outras formas de exploração vão continuar existindo. Por isso o trabalho dos ativistas vai continuar. E você pode ajudar, decrete na sua vida o fim do uso de animais: Informe-se, busque informações, seja vegan.

Você viu?

Ir para o topo