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PERDA DE HABITAT

Coiotes se tornam cada vez mais comuns em cidades americanas

A convivência entre animais e pessoas vem se tornando frequente, mesmo em grandes cidades como Los Angeles e Chicago (EUA)

14 de setembro de 2022
4 min. de leitura
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Foto: Ben Mater | Unsplash

Diversos estudos comprovam os benefícios que o contato com a natureza traz para a nossa saúde. Parques e áreas verdes são cada vez mais valorizadas nas cidades, inclusive por outras espécies. Nos Estados Unidos, a biodiversidade urbana de diversas cidades vem aumentando com a presença de coiotes que encontram nestes territórios comida e ausência de predadores.

As aparições de coiotes nos Estados Unidos começaram por volta de 2007. Neste ano ficou famosa a cena de um coiote que entrou uma loja em Chicago e entrou no refrigerador de bebidas para se refrescar. Com o passar dos anos, ver os coiotes nas cidades foi se tornando cada vez mais comum, inclusive em algumas cidades canadenses. Em 2021, o local escolhido para uma visita foi uma escola católica de Los Angeles.

A primeira reação ao se deparar com um coiote em seu bairro pode ser de medo, mas uma equipe interdisciplinar da Universidade de Wisconsin que estuda a interação entre coiotes e pessoas nas áreas urbanas, garante que a coexistência pacífica é possível, e que esses animais trazem alguns benefícios às cidades.

Foto: Dru Bloomfield | Flickr, CC BY

Animais adaptáveis

Os coiotes podem viver bem em ambientes urbanos porque são incrivelmente adaptáveis. Como são onívoros, podem mudar suas dietas, dependendo do tipo de alimento disponível.

Nas áreas rurais, eles comem ovos de pássaros, coelhos, veados, além de plantas e frutas. Nos ambientes urbanos, eles complementam sua alimentação com aquilo que o homem deixa no ambiente, como restos de comida em latas de lixo ou até ração originalmente destinada aos animais domésticos. Roedores e pequenas espécies selvagens como esquilos também entram no cardápio. O que é mais um dos problemas dessa ‘migração’.

Apesar de existir espécies que sobrevivem apenas em tipos específicos de territórios, no geral, os coiotes podem viver em diversos tipos de habitat, com tipos de terra e vegetação diferentes.

Em cidades com grandes espaços verdes, o território dos coiotes acaba sendo bastante similar aos parques, pradarias, manchas florestais e pântanos encontrados em regiões mais afastadas. Os coiotes preferem ficar nestes locais, mas, como são realmente muito adaptáveis, acabam frequentando alguns núcleos urbanos. Em Chicago, por exemplo, eles habitam o centro da cidade.

Mesmo que os animais sejam vistos andando sozinhos, nas cidades, eles procuram se manter em grupos, como fazem na natureza e em zonas rurais. Quando ficam solitários, os coiotes vão buscar um novo território desocupado ou um novo grupo, e para isso podem percorrer muitos quilômetros em um único dia, buscando também outras fontes de alimento.

Outra prova da adaptação dos coiotes é que, apesar de serem mais ativos entre o anoitecer e o amanhecer, quando são menos visíveis do que à luz do dia, alguns animais perderam o medo das pessoas e já são vistos com mais frequência durante o dia.

Os coiotes urbanos podem percorrer vários quilômetros por dia. Este mapa do lado oeste de Madison, Wisconsin, rastreia um coiote masculino monitorado pelo projeto UW Urban Canid. Cada estrela vermelha mostra em algum lugar que ele parou por alguns dias. Imagem: Projeto Urban Canid da Universidade de Wisconsin | CC BY-ND

Segundo especialistas, os coiotes urbanos evitam interações diretas com as pessoas. Em Chicago, um estudo descobriu que eles se adaptam bem às cidades e muitas vezes circulam sem serem notados, as pessoas podem estar compartilhando o bairro com eles sem nem ter se dado conta.

E quem se depara com um coiote pode ficar tranquilo. Um estudo realizado em Wisconsin, descobriu que a grande maioria das interações com humanos foi pacífica. Das 398 pessoas entrevistadas, poucas definiram os animais como agressivos e mais da metade disse que os coiotes se afastaram.

A equipe interdisciplinar que estuda o comportamento destes animais está pesquisando justamente as sensações que os coiotes despertam nas pessoas que os encontram. O objetivo é garantir uma convivência positiva para as duas espécies, o que é totalmente possível com alguns cuidados.

A primeira dica é não se aproximar, mesmo que o animal pareça tranquilo. É possível admirar os coiotes à distância, mas para mantê-los afastados, os especialistas dizem que é necessário fazer barulhos, gritando, e erguer os braços, para parecer maior.

Por mais tentador que possa parecer se aproximar de um coiote, é importante para eles e para a população das cidades que esta distância seja respeitada.

Foto: John Thomas | Unsplash

Outro cuidado importante em cidades que tenham coiotes, é manter os animais domésticos sempre presos às coleiras para evitar possíveis ataques e não deixar a ração disponível por muito tempo em lugares abertos, para não atrair os coiotes.

Com estas atitudes simples, os especialistas acreditam que as cidades têm espaço suficiente para os humanos, os coiotes e para as muitas outras espécies que dividem este território construído pelo homem.

 

Fonte: Ciclo Vivo

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