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CRUELDADE

Coelhos sofrem com doenças e maus-tratos em fazendas de produção de pele

Empresa de criação e venda de coelhos foi acusada por ativistas que estiveram em uma de suas fazendas

11 de outubro de 2021
Beatriz Silva | Redação ANDA
3 min. de leitura
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Foto: Ilustração|Pixabay

No Reino Unido, a T&S rabbits, empresa de criação e venda de coelhos, está sendo acusada de colocar a saúde dos animais em risco. Ativistas do grupo Rabbit Farm Resistance UK, alegam que os animais criados em uma das fazendas da empresa, em Nottinghamshire, estão sofrendo problemas de saúde, como ácaros na orelha e também inclinação de cabeça, que na maioria das vezes é causada por problemas no ouvido e no cérebro.

A T&S rabbits cria animais em quatro áreas do Reino Unido, e vende produtos feitos de pele de coelho, além de vender carcaças desses animais para restaurantes. Recentemente, a empresa solicitou uma autorização para ampliar seu trabalho, como por exemplo a construção de matadouros. Embora a criação de pele animal esteja proibida no país desde 2003, a venda ainda pode ser realizada de forma legal dentro da indústria de carne.

Ayrton Cooper, integrante do grupo ativista que esteve na fazenda em Nottinghamshire, diz que por sorte dois coelhos doentes foram entregues a eles por trabalhadores do local. A situação aconteceu na presença da polícia, e agora os dois animais estão recebendo tratamento de especialistas. Um dos coelhos possui uma inclinação de cabeça e passou uma semana inteira recebendo cuidados intensivos.

Funcionários da fazenda entregaram dois coelhos doentes aos ativistas. | Foto: Rabbit Farm Resistance UK

Segundo o The Independent, as tentativas de expansão da T&S rabitts na Cornualha e em Buckinghamshire foram rejeitadas por conta do planejamento e desenvolvimento, mas um pedido de ampliação em Nottinghamshire, onde os ativistas encontraram e filmaram cenas chocantes, ainda está sendo considerado. Há também outro pedido para a abertura de uma fazenda em Leicestershire, para criação e abate de até 10.000 animais por ano, projeto que atraiu muitas objeções.

Uma inspeção realizada por uma agência de saúde animal, a Animal and Plant Health Agency, no local visitado pelos ativistas, encontrou apenas “não-conformidades” relacionadas às leis de bem estar animal, e concluiu que os animais estavam em boas condições.

O grupo Rabbit Farm Resistance UK rebateu a informação, através de um integrante da organização que esteve presente no local. Cooper disse que a maioria dos coelhos estavam amarelos devido a manchas de urina, e alguns torciam a cabeça por conta dos ácaros em suas orelhas, além de não terem acesso a grama e possuem pouco feno a disposição.

Depois de receber as queixas da organização, através da RPCA, o proprietário da T&S, Phill Kerry, negou as alegações, dizendo que todos os 280 coelhos em Nottinghamshire estavam saudáveis. Segundo ele, isso ficou “evidente” através do vídeo feito pelos ativistas, mas admitiu que 3 dos animais não estavam bem, e que estavam sendo tratados.

Segundo o proprietário da T&S todos os coelhos da fazenda estão bem de saúde. | Foto: Rabbit Farm Resistance UK

Phill Kerry disse que conversou com um veterinário que disse a ele que a situação com os coelhos sujos pela urina era normal e acontecia na natureza. Ele acrescenta que o que pareciam ser fezes no pelo do coelho era apenas ração molhada pela chuva.

Enquanto isso, pesquisadores da Universidade de East Anglia, informaram que o número de coelhos selvagens diminuiu de forma regional, nacional e global. Os animais foram classificados com perigo de extinção em sua área nativa, na Península Ibérica. Um novo relatório também diz que os coelhos selvagens da Europa são uma espécie-chave para manter o ecossistema coeso. Essa espécie pasta e cava, mantendo o solo perfeito para outras espécies.

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