Por Vinicius Siqueira (da Redação)
A administração da cidade de Canna, uma pequena ilha escocesa, começará uma matança para realizar o controle populacional de coelhos da cidade. Segundo o Daily Mail, os coelhos já escavaram cemitérios, jardins de moradores, levaram muros à queda e escavaram as terras da casa do prefeito da cidade de Canna, interditando uma rua. A prefeitura teve que chamar uma empresa para tratar a terra e colocá-la novamente em seu lugar.
Agora, as autoridade locais e os moradores decidiram seguir em frente com a decisão assassina de diminuir a população de coelhos da cidade por meio de armadilhas e câmaras de gás. Esta será uma das maiores matanças de animais no país.
A cidade de Canna tem 12 habitantes e 12 mil coelhos, mas nenhuma ação é feita para o controle populacional de maneira realmente humana. A ilha não consegue atrair mais população e também não investe em iniciativas que gerariam empregos e moradias para os devidos funcionários dentro da ilha. A dúvida, então, é de saber quem são os reais moradores da ilha: os humanos ou os coelhos?
A ilha fica há um pouco mais de 28 quilômetros do Atlântico, não tem nenhuma criança como moradora e, nos últimos dois anos, 20 pessoas se mudaram para outras cidades. Também há dois anos, a população de coelhos estimada estava em 10 mil indivíduos.
O morador da ilha Winnie Mackinnon diz que a população de coelhos está aumentando significativamente e que os seus predadores naturais não conseguem conter o crescimento o número de indivíduos da espécie. Segundo Mackinnon, “Os falcões do mar se alimentam deles, mas isso não para o crescimento da população. Algo precisa ser feito para controlá-los urgentemente”.
Este mesmo morador apoia a matança de animais, mas não imagina que o número de coelhos só aumentou desproporcionalmente após as intervenção humanas na natureza local, construindo a cidade em uma ilha própria para o habitat de animais silvestres e dizimando algumas espécies, entre elas, um predador natural dos coelhos da ilha escocesa.
A outra espécie, também considerada praga, que foi eliminada da ilha foram os ratos. A intervenção humana para acabar com a população de ratos custou o aumento da população de coelhos, que não tinham mais um predador natural, nem com quem disputar território. A ação humana desencadeou a situação atual e a solução humana, novamente, é a mais fácil de ser feita e a menos inteligente ou ética.
Segundo a porta-voz da cidade, a prefeitura irá contratar uma empresa que realizará a matança. Os gastos previstos não foram divulgados, mas contarão milhares de libras dos cofres de Canna, dinheiro que poderia ser gasto com ações de diminuição da população de maneira que os direitos animais fossem respeitados.
John Brady, chefe executivo da organização One Kind de Edimburgo disse que o controle populacional por meio do assassinato de indivíduos da espécie porque seu comportamento não agrada aos humanos locais é um método inconveniente, antiético e desproporcional à situação. Segundo Brady, a organização irá exigir que Canna considere utilizar um método não-letal e humano como alternativa aos assassinatos que serão perpetrados.