O município de Pirapora, no Norte de Minas Gerais, está comercializando jiboias domesticadas, como animal de estimação, atraindo consumidores de diversas regiões do país, principalmente de São Paulo. Cada cobra, reproduzida em cativeiro, é vendida por R$ 1.100, em média. A criação tem autorização do Instituto Brasileiro de Recursos Renováveis e Meio Ambiente (Ibama).
O empresário João Henrique Milward, que saiu de Belo Horizonte para montar a empresa em Pirapora e Buritizeiro, afirma que o serpentário, instalado em 2000, cria jiboias e salamantas, tendo comercializado, em dez anos, cerca de 130 cobras. Ele garante que as duas espécies são dóceis, além de não terem veneno.
Além das cobras, a empresa também cria animais exóticos, como aves estrangeiras. Todo o processo tem suporte de profissionais especializados, como zootecnistas e biólogos.
“Vendemos para todo Brasil e a procura é tanta que não temos para pronta-entrega. Tínhamos 14 cobras, mas um comprador paulista veio e adquiriu todas. Outras quatro que nasceram também já foram vendidas”, afirma João Henrique.
Uma jiboia doméstica, segundo ele, pode chegar a 2,80 metros, enquanto o mesmo animal, no Amazonas, pode atingir cinco metros – a maior que ele já viu tinha 3,10 metros. O tamanho do animal, segundo o empresário, varia de acordo com a alimentação. Uma cobra se alimenta a cada 15 dias.
João Henrique tem uma cobra em sua casa e alega que a família já se acostumou com o animal, que fica em um terrário, espécie de aquário sem água, de onde é tirada somente quando os moradores estão em casa. “Uma jiboia pode morder uma pessoa, mas, como os dentes são finos, e a boca, pequena, em termos de machucado e lesão, é insignificante”, garante. João Henrique alega que, se deixá-la solta, ela poderá sair da casa. Por isso, a mantém no terrário.
A comercialização em Pirapora é feita pelo empresário Frederico Viana Espeschit, da Sítios e Quintais, que afirma estar “impressionado com a grande procura pelas jiboias”. Segundo ele, cada cobra apresenta um desenho distinto, como se fosse sua identidade pessoal.
“O cliente que comprou as 14 cobras morava no exterior e veio para São Paulo. No início de março, ele virá pegá-las em Pirapora, pois cada cobra terá que receber um chip, como determina o Ibama, com a data de nascimento. O comprador recebe a documentação e a nota fiscal”, afirma o empresário.
Fonte: Hoje em Dia