Muito se fala sobre a necessidade de preservar a natureza e os animais. Porém, na correria do dia a dia, principalmente quem vive nas grandes metrópoles pode sentir que os problemas relacionados à fauna são distantes. Assim, é comum esquecer como algumas pequenas atitudes podem afetar diretamente o bem-estar e a saúde das florestas, mares e dos seres que ali vivem.
Atualmente, estima-se que a fauna brasileira é composta por mais de 100 mil espécies de animais, entre vertebrados e invertebrados. Infelizmente, apesar de toda diversidade natural, mais de um mil correm risco de serem extintas, segundo dados do Ministério do Meio Ambiente e do Instituto Chico Mendes de Conservação e Biodiversidade (ICMBio).
Pensando nisso, separamos algumas dicas de como contribuir por meio de pequenos cuidados e adaptações na rotina.
1. Não retirar conchas da praia
Apesar de parecerem apenas decoração do mar, as conchas são, na verdade, casas para vários animais, como os moluscos.
Segundo o biólogo Taicaran Augusto, ao retirar as carcaças do ambiente, a longo prazo, as espécies ficam vulneráveis. “É como um ciclo. O ser vivo retira o cálcio do ambiente para criar sua concha e, mais tarde, ela pode servir para outro animal que está de ‘mudança’ ou se decompor e ‘devolver’ o mineral para o mar, ajudando outro molusco a criar sua proteção”, explica.
2. Separar o lixo reciclável
O trabalho de formiguinha, ou seja, aquele que não necessariamente gera transformações sozinho, mas se fortalece a partir da união do grupo, é o segredo para estes casos. A reciclagem, por exemplo, é um ótimo começo para quem quer repensar seus hábitos e adaptar a rotina para diminuir o impacto negativo ecológico.
“Para que a indústria humana possa produzir, nós tiramos matéria-prima da natureza. Isso incide em uma agressão aos ambientes, queimadas, desmatamento, lixos e rejeitos presentes nos rios, etc.”, explica o biólogo Ronaldo Moraes.
“Quando reciclamos, utilizamos a substância de maneira inteligente, sem a necessidade de realizar todo o processo de retirada novamente. Ou seja, além de darmos mais tempo para que a natureza possa se recompor, diminuímos drasticamente a agressão ao habitat dos animais”, completa.
3. Não jogar o óleo na pia
Se você lembra das aulas de química da escola, provavelmente deve ter uma vaga memória de estudar porque água e óleo não combinam. Com o peso diferente entre as substâncias, o óleo “boia” no líquido, não permitindo que os dois se misturem.
“Quando o jogamos na pia, por exemplo, levamos a substância para o esgoto e, mais tarde, para o mar ou rios de água doce. Como o óleo não se mistura, ele cria uma camada na superfície capaz de grudar no corpo de animais marinhos, aves aquáticas e anfíbios, prejudicando o bem-estar, a hidratação e aumentando a chance de morte das espécies”, explica Taicaran.
4. Considerar o veganismo
Na alimentação vegana, a proposta é não consumir nada de produtos de origem animal como a carne, o peixe, lacticínios, ovos, mel, dentre outros.
Ao contrário do que muitas pessoas pensam, a alimentação vegana é muito rica e está longe de se resumir a pratos sem sabor ou apenas saladas como alguns julgam. Existe uma grande diversidade de deliciosas receitas e alimentos vegetais que suprem todas as necessidades do organismo.
Se alimentar sem crueldade é fácil e possível para todos. Basta querer mudar os hábitos e entender o quanto essa atitude é importante para o respeito aos animais e ao planeta, além do respeito próprio, pois o nosso corpo é nossa casa e devemos cuidar dele.
5. Diminuir o uso de carro
Não é novidade que a poluição é um grande inimigo do meio ambiente, principalmente das aves. Alternativas como o rodízio, por exemplo, comum nas grandes cidades, contribuem para a diminuição dos veículos na rua.
“Este é um problema que envolve diversas condições. Com o avanço da indústria humana, nós passamos a liberar gases que diminuem a camada do ozônio, regulador da entrada de raios ultravioletas, responsáveis pelo aquecimento do planeta. Os carros estão associados à emissão do monóxido de carbono, gás responsável pelo aumento do efeito estufa”, garante Ronaldo.
Mas o impacto na fauna não está apenas ligado à poluição. O biólogo aponta que a quantidade de veículos também está diretamente relacionada à de animais atropelados, assim como a interferência da iluminação influencia negativamente na rotina noturna dos animais, desde reprodução até descanso. Além disso, a construção de estradas também impacta o meio ambiente, gerando desmatamento, gasto de energia, água e outros recursos naturais.
Com informações de: Revista Casa e Jardim