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PREOCUPAÇÃO

Cientistas calculam risco de extinção de todas as plantas com flores

Mais de 275 mil espécies de angiospermas ainda não tinham avaliação do seu grau de ameaça na natureza, mas ferramenta de inteligência artificial mudou esse cenário

17 de março de 2024
Redação Galileu
3 min. de leitura
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Foto: Guérin Nicolas | Wikimedia Commons

Pesquisadores britânicos do Jardim Botânico Real de Kew estimaram o risco de extinção de todas as 328.565 espécies conhecidas de angiospermas — aquelas plantas que possuem flores.

O cálculo só foi possível graças a um modelo de Inteligência Artificial (IA) intitulado Árvores de Regressão Aditivas Bayesianas (Bayesian Additive Regression Trees, BART). Os resultados foram publicados em um artigo no último dia 4 de março na revista New Phytologist.

O BART foi treinado a partir de dados de mais de 53 mil plantas avaliadas na Lista Vermelha de Espécies Ameaçadas da União Internacional Para Conservação da Natureza e dos Recursos Naturais (IUCN). A IA foi utilizada para prever o risco de extinção de 275.004 espécies sem classificação.

Conforme os cientistas, o objetivo da pesquisa foi disponibilizar esse conhecimento para a população, a fim de levantar uma conscientização sobre a importância da biodiversidade das angiospermas. “Esperamos que essas previsões possam ser usadas para que as pessoas as apliquem em sua própria biodiversidade local para descobrir se têm uma espécie ameaçada em sua casa, jardim ou parque local que precisa ser protegida”, diz Steven Bachman, líder do estudo, em comunicado.

Estima-se que 45% de todas as espécies de angiospermas, considerado o maior grupo de plantas do mundo, corram risco de extinção. Os pesquisadores almejam que, com base nesses resultados, medidas urgentes de conservação sejam tomadas.

“Em uma escala maior, nossas descobertas podem ser usadas por cientistas para priorizar e acelerar as avaliações de extinção para as plantas que identificamos como provavelmente ameaçadas, mas ainda não foram oficialmente avaliadas pela Lista Vermelha da IUCN”, completa Bachman.

O pesquisador ainda alerta para a falta de mecanismos de avaliação de ameaças às espécies de plantas mundialmente. O processo silencioso da perda da biodiversidade da flora pode causar graves impactos no meio ambiente, já que as plantas realizam um importante trabalho de regulação térmica, sequestro de carbono, regulação do ciclo da água e muitos outros serviços ecossistêmicos.

A equipe de Avaliação e Análise de Conservação do Kew trabalha explorando o risco de extinção de plantas, fornecendo milhares de avaliações formais para a Lista Vermelha da IUCN, incluindo informações sobre quais espécies provavelmente estão em risco e suas áreas de concentração.

Os dados obtidos pelos pesquisadores podem ser livremente acessados no portal Plants of the World Online da Kew Science. Para saber a classificação de determinada espécie, é só digitar seu nome científico e selecionar a aba “Informações Gerais”. Lá, é possível ver se a planta está ameaçada (ou seja, categorizada como Vulnerável, Em Perigo ou Criticamente Em Perigo) ou não ameaçada.

Fonte: Revista Galileu

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