“Os veados são crepusculares”, explica o biólogo especialista em veados do Departamento de Pesca e Recursos de Vida Selvagem do Kentucky (EUA), David Yancy, sobre o motivo de os veados ficarem paralisados quando veem faróis de carros em sua direção.
A atividade do animal chega ao auge cerca de uma hora antes ou depois do amanhecer ou anoitecer, e visão é otimizada por uma luz muito baixa.
Quando a luz de um farol atinge os olhos que estão completamente dilatados para capturar a maior quantidade de luz possível, os veados não conseguem enxergar nada, e simplesmente congelam até que seus olhos possam se adaptar.
“Eles não sabem o que fazer, então não fazem nada”, comenta Yancy.
Estudos contínuos na Universidade da Georgia sobre a visão dos veados de cauda branca sugerem que, para padrões humanos, esses animais são completamente cegos.
Um pesquisador entrevistado na edição de setembro/outubro da “Arkansas Wildlife” estima a visão deles em 20/200: quando uma pessoa com visão normal consegue discernir os detalhes de um objeto a 200 jardas de distância, o veado precisa estar a 20 jardas do mesmo objeto para enxergá-lo (eles são melhores adaptados para detectar movimento).
O número de colisões entre carros e veados nos Estados Unidos atinge o ápice na temporada de reprodução, com os machos se deslocando para encontrar fêmeas receptivas. Mas ninguém descobriu ainda uma boa forma de evitar esses acidentes, diz Yancy. Por ora, ele acrescenta, a combinação de placas indicando “veados cruzando a pista”, de artigos de alerta ao público e direção defensiva são as medidas suficientes.
Fonte: Folha de São Paulo