Em entrevista à Angop, os interlocutores afirmaram que, apesar de estar regulamentada, a protecção das espécies vegetais e animais é reiteradamente desrespeitada, sobretudo por parte de cidadãos que têm a exploração florestal e a caça como meios de subsistência.
As zonas florestais da província do Cuanza Norte sofrem, desde a pacificação do país, em 2002, um desgaste em termos de conservação da sua flora e da fauna, assistindo-se ao abate desordenado de árvores, geralmente para feitura de carvão, exploração de madeira e para lavouras, além da caça.
O funcionário público Júnior António apontou as alterações climáticas e a extinção de espécies animais como um dos resultados do desmatamento a que se assiste actualmente.
“Várias espécies de animais e vegetais estão a desaparecer devido a ignorância e a relutância dos homem e as consequências podem ser maiores para a natureza”, sublinhou.
Solicitou o engajamento da sociedade na denúncia destas práticas.
Recordou que a sobrevivência humana depende da estabilidade do ecossistema, razão pela qual considera necessária a manutenção da estrutura da natureza.
Por seu turno, o camionista Gabriel João Nvunda apontou a dependência da maior parte da população da actividade do campo como factor que contribui para a degradação ambiental.
Defendeu a necessidade de se levar a cabo uma intensa campanha de sensibilização da população sobre a importância da protecção da fauna e da flora.
A província do Cuanza Norte é uma região cuja floresta é de tipo equatorial húmida, com um relevo e condições climáticas favoráveis à vida animal, sendo, por isso, habitat de quase todas as espécies de mamíferos que constituem a fauna angolana.
A sua sede, cidade de Ndalatando, situa-se 190 quilómetros a Leste de Luanda, capital de Angola. A população cuanza nortenha, dividida por dez municípios, é maioritariamente camponesa, tendo também a caça e a pesca como fontes de alimentação.
Fonte: Portal Angop