(da Redação)
Após usar uma colônia de chimpanzés na Libéria (África) por cerca de 30 anos para pesquisas biomédicas, que terminaram há 10 anos atrás, o New York Blood Center retirou todo o financiamento para eles, o que levou grupos ativistas de direitos animais a pressionar o centro a reconsiderar a sua decisão. Até então, a Humane Society dos Estados Unidos (HSUS) está prestando apoio aos chimpanzés, que estão sob responsabilidade do governo da Libéria, e está iniciando uma campanha para levantar fundos para esses animais. As informações são do New York Times.
“O New York Blood Center está abandonando 66 chimpanzés e deixando o seu destino ao acaso”, disse Wayne Pacelle, presidente da HSUS. Os custos para cuidados e alimentação dos chimpanzés são de aproximadamente 30 mil dólares por mês.Brian Hare, antropólogo e especialista em primatas da Universidade de Duke, também conhecido por seus estudos sobre a inteligência dos cães, começou uma petição no Change.org para apelar às pessoas para que contatem o New York Blood Center.Hare declarou em um e-mail, “Eu estudei grandes primatas por 20 anos em todos os contextos ao redor do mundo – laboratórios, zoológicos, santuários, na natureza, e outros. Nunca, jamais vi qualquer coisa nem mesmo remotamente tão repugnante como esta”.Victoria O’Neill, porta-voz do centro, disse às autoridades que não deverá conceder entrevistas sobre o assunto porque “há uma arbitragem em curso, interposta pelo governo da Libéria”.Em um breve comunicado, o centro informou que retirara o apoio “após um longo período de discussões improdutivas com o governo da Libéria sobre as suas responsabilidades em relação a este assunto, e durante esse tempo nós incorremos em milhões de dólares em custos”.O’Neill disse que o centro “nunca teve qualquer obrigação de cuidar dos chimpanzés, contratual ou de outra forma”.
No final do mês passado, o site de notícias Front Page Africa reportou pela primeira vez o destino incerto dos chimpanzés.
Fatorma K. Bolay, diretor do Liberian Institute for Biomedical Research em Charlesville, que cuida dos chimpanzés – que vivem em seis ilhas – disse que a organização não tem condições de pagar pela alimentação e cuidado dos animais. Ele disse que a HSUS tem coberto alguns custos desde o dia 6 de março, quando o financiamento do centro foi interrompido, mas que os cuidadores estão trabalhando voluntariamente.
“Por que eles estariam se afastando dos animais?”, questionou o Dr. Bolay sobre a retirada do financiamento por parte do centro. “Nós temos de encontrar uma solução para cuidar desses animais”.
A história do centro de pesquisas, chamado Vilab II, remonta a 1974, quando foi firmado um contrato com o instituto para realizar pesquisas principalmente sobre o vírus da hepatite, que sobrevive no sangue e representava uma ameaça à segurança dos bancos de doação de sangue. Por volta deste período, os Estados Unidos proibiram a importação de chimpanzés capturados na natureza.
Em 2005, o centro parou de fazer as pesquisas com os chimpanzés e começou a tentar fazer arranjos para o seu tratamento de longo prazo. Um documentário de 2014 chamado “Island of the Apes” contou a história do laboratório e das ilhas nas quais os chimpanzés agora vivem.
Segundo a reportagem, há uma década atrás, o centro aparentava estar comprometido a cuidar dos chimpanzés em sua “aposentadoria”. Alfred M. Prince, diretor do projeto Vilab II, escreveu um artigo no Boletim da Sociedade Americana de Primatologistas em dezembro de 2005, buscando uma fundação que pudesse assumir o cuidado dos chimpanzés. Dr. Prince comentava que o centro reconhecia a sua “responsabilidade de criar um fundo patrimonial para financiar o Santuário pelo resto da vida dos chimpanzés”.
Porém a Sra. O’Neill informou em um e-mail que esta seria a opinião do Dr. Prince e que não havia sido “nem autorizada, nem aprovada” pelo centro. Ela acrescentou que o centro “nunca havia sequer estabelecido qualquer sistema de doações para cuidados com animais, incluindo os chimpanzés”.
Em 2007, o centro retirou o seu pessoal do instituto na Libéria, mas continuou a fornecer apoio financeiro aos chimpanzés. Em janeiro deste ano, o Dr. Bolay disse que a empresa informara ao instituto que o dia 5 de março seria o último dia de apoio. Então, negociações prévias sobre o futuro dos chimpanzés se quebraram, relata Bolay.
A HSUS contratou Agnes Souchal, gerente geral do Sanaga-Yong Chimpanzee Rescue Center em Cameroon, para prestar assessoria aos chimpanzés. Ela disse em uma entrevista que não há alimentação natural nas ilhas e que os animais eram completamente dependentes de seus cuidadores, que estavam alimentando-os todos os dias.
Os horários de alimentação não haviam mudado, porém havia mais comida no passado, contou ela, que afirmou também ter encontrado chimpanzés “sem água”. Não há água fresca nas ilhas e o sistema de água entrou em falência. Desde a visita de Souchal, ele foi reparado com recursos dos Estados Unidos e de Humane Society internacional.
Kathleen Conlee, vice-presidente de pesquisas animais da HSUS, disse que o grupo está realizando uma campanha de crowdfunding no site GoFundMe, para levantar cerca de 150.000 dólares. “Nosso objetivo de longo prazo é oferecer um santuário de verdade a estes chimpanzés”, explicou ela. No mínimo outros 16 grupos ativistas de direitos animais pedindo ao centro que restabeleça o financiamento.
Conlee concluiu: “Você não pode usar estes chimpanzés da maneira como se usou e simplesmente abandoná-los e se afastar”.
No final do mês passado, o site de notícias Front Page Africa reportou pela primeira vez o destino incerto dos chimpanzés.
Fatorma K. Bolay, diretor do Liberian Institute for Biomedical Research em Charlesville, que cuida dos chimpanzés – que vivem em seis ilhas – disse que a organização não tem condições de pagar pela alimentação e cuidado dos animais. Ele disse que a HSUS tem coberto alguns custos desde o dia 6 de março, quando o financiamento do centro foi interrompido, mas que os cuidadores estão trabalhando voluntariamente.
“Por que eles estariam se afastando dos animais?”, questionou o Dr. Bolay sobre a retirada do financiamento por parte do centro. “Nós temos de encontrar uma solução para cuidar desses animais”.
A história do centro de pesquisas, chamado Vilab II, remonta a 1974, quando foi firmado um contrato com o instituto para realizar pesquisas principalmente sobre o vírus da hepatite, que sobrevive no sangue e representava uma ameaça à segurança dos bancos de doação de sangue. Por volta deste período, os Estados Unidos proibiram a importação de chimpanzés capturados na natureza.
Em 2005, o centro parou de fazer as pesquisas com os chimpanzés e começou a tentar fazer arranjos para o seu tratamento de longo prazo. Um documentário de 2014 chamado “Island of the Apes” contou a história do laboratório e das ilhas nas quais os chimpanzés agora vivem.
Segundo a reportagem, há uma década atrás, o centro aparentava estar comprometido a cuidar dos chimpanzés em sua “aposentadoria”. Alfred M. Prince, diretor do projeto Vilab II, escreveu um artigo no Boletim da Sociedade Americana de Primatologistas em dezembro de 2005, buscando uma fundação que pudesse assumir o cuidado dos chimpanzés. Dr. Prince comentava que o centro reconhecia a sua “responsabilidade de criar um fundo patrimonial para financiar o Santuário pelo resto da vida dos chimpanzés”.
Porém a Sra. O’Neill informou em um e-mail que esta seria a opinião do Dr. Prince e que não havia sido “nem autorizada, nem aprovada” pelo centro. Ela acrescentou que o centro “nunca havia sequer estabelecido qualquer sistema de doações para cuidados com animais, incluindo os chimpanzés”.
Em 2007, o centro retirou o seu pessoal do instituto na Libéria, mas continuou a fornecer apoio financeiro aos chimpanzés. Em janeiro deste ano, o Dr. Bolay disse que a empresa informara ao instituto que o dia 5 de março seria o último dia de apoio. Então, negociações prévias sobre o futuro dos chimpanzés se quebraram, relata Bolay.
A HSUS contratou Agnes Souchal, gerente geral do Sanaga-Yong Chimpanzee Rescue Center em Cameroon, para prestar assessoria aos chimpanzés. Ela disse em uma entrevista que não há alimentação natural nas ilhas e que os animais eram completamente dependentes de seus cuidadores, que estavam alimentando-os todos os dias.
Os horários de alimentação não haviam mudado, porém havia mais comida no passado, contou ela, que afirmou também ter encontrado chimpanzés “sem água”. Não há água fresca nas ilhas e o sistema de água entrou em falência. Desde a visita de Souchal, ele foi reparado com recursos dos Estados Unidos e de Humane Society internacional.
Kathleen Conlee, vice-presidente de pesquisas animais da HSUS, disse que o grupo está realizando uma campanha de crowdfunding no site GoFundMe, para levantar cerca de 150.000 dólares. “Nosso objetivo de longo prazo é oferecer um santuário de verdade a estes chimpanzés”, explicou ela. No mínimo outros 16 grupos ativistas de direitos animais pedindo ao centro que restabeleça o financiamento.
Conlee concluiu: “Você não pode usar estes chimpanzés da maneira como se usou e simplesmente abandoná-los e se afastar”.