Redação ANDA – Agência de Notícias de Direitos Animais
Chernobyl, na Ucrânia, permanece isolada até hoje, trinta anos após um dos maiores desastres nucleares da História.
O mais surpreendente é que uma área conhecida pelos níveis mortais de radiação está se tornando um refúgio para várias espécies de animais: alces, cervos, castores, corujas e até animais raros como o urso pardo, o lince e alguns lobos, diz a pesquisadora Marina Shkvyria ao National Geographic.
Sem humanos por perto para caçarem os animais ou arruinarem seu habitat, a vida selvagem está progredindo, mesmo sob efeito da radiação.
Apesar do aparente sucesso, o verdadeiro bem-estar dos animais na zona de isolamento ainda divide os cientistas.
O biólogo Jim Beasly, da Universidade da Georgia, revelou em seu novo estudo que a população de grandes mamíferos de Chernobyl aumentou muito desde o acidente nuclear. “É incrível, você consegue ver lobos por todos os lados,” disse, argumentando na pesquisa que a radiação não parece afetar os animais.
Outro cientista, o dinamarquês Anders Pape Moller da Universidade de Paris, tem uma opinião diferente: “Os animais de Chernobyl e Fukushima vivem 24 horas expostos à radiação. Apesar dos níveis não estarem mais tão altos, a contaminação é cumulativa e pode gerar consequências dramáticas a longo prazo.”
Sobre o impacto da radiação na vida selvagem, a pesquisa de Moller revelou que os ratos-toupeiros apresentam altos níveis de catarata, os pássaros possuem menos bactérias naturais nas suas asas e andorinhas sofrem de albinismo parcial. Mutações graves, por outro lado, ocorreram somente logo após o acidente.
Os dois lados concordam que a radiação é prejudicial às pessoas e aos animais, resta descobrir o verdadeiro impacto nas espécies locais para os próximos anos.