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MUDANÇAS CLIMÁTICAS

Centenas de pinguins morrem depois de onda de calor na costa da Argentina

7 de janeiro de 2022
Vanessa Santos | Redação ANDA
2 min. de leitura
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Foto: Ilustração | Pixabay

Durante o verão, as temperaturas sobem drasticamente em Magalhães, na costa da Argentina. Na região, os termômetros marcam até 25°C a mais do que no restante do ano. Porém, nos últimos registros o clima tornou-se insuportavelmente quente, registrando surpreendentes 44°C na sombra.

As temperaturas recordes mataram colônias inteiras de pinguins. Os pesquisadores da Universidade de Washington, que acompanham as espécies da região desde os anos 80, publicaram um estudo que acompanhou a mortandade desses animais e constatou que que a quantidade de pinguins adultos mortos ameaça a sobrevivência dessas colônias.

Katie Holt, doutoranda em biologia e pesquisadora da região, afirma que a situação é grave. “Qualquer morte em massa como essa é uma preocupação. Mas o que é mais alarmante sobre a mortalidade por calor é que ela tem o potencial de matar muitos adultos. A viabilidade populacional de aves marinhas longevas, como os pinguins-de-Magalhães, depende da sobrevivência dos adultos”, diz Katie.

Foto: Katie Holt | Universidade de Washington

Os pinguins-de-Magalhães podem viver mais de 30 anos, e se procriam diversas vezes durante a vida madura. “Se estamos perdendo um grande número de adultos em um único evento como este, isso é uma grande inquietação”, afirma Holt.

No dia em que os termômetros marcaram as temperaturas mais altas, os cientistas caminharam pelas faixas de areia na península de Punta Tombo, e constataram pelo menos 354 pinguins mortos, sendo 264 deles adultos.

As aves foram encontradas de bruços, com pés e nadadeiras estendidas e bico aberto. A posição, segundo os especialistas, indica morte por desidratação. Algumas delas pareciam estar caminhando em direção ao mar para beber água – os pinguins possuem uma glândula que filtra a água salgada –, mas não chegaram a tempo.

Já os filhotes mortos não apresentavam sinal de desnutrição ou de desidratação. A hipótese é que, com o calor extremo, eles não tenham conseguido regular a temperatura para fazer a digestão dos alimentos.
A onda de calor matou mais pinguins machos do que fêmeas, oito em cada dez animais mortos eram machos. Mais de 5% de toda a população de pinguins da região central da colônia foi morta pelas altas temperaturas registradas no verão de 2019.

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