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Centenas de golfinhos aparecem mortos em região costeira americana

14 de agosto de 2013
3 min. de leitura
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Por Patricia Tai (da Redação)

Foto: Marine Mammal Stranding Center/USA Today
Foto: Marine Mammal Stranding Center/USA Today

Golfinhos nariz-de-garrafa (“Bottlenose”) estão morrendo na área costeira de Virgínia a Nova York, com pelo menos 124 ocorrências de encalhe registradas desde Julho, segundo autoridades federais americanas. Esta taxa de mortalidade é sete vezes maior que o normal na Costa Leste nessa época do ano. As informações são do USA Today.

O National Marine Fisheries Service, departamento responsável pela vida marinha americana, declarou que se trata de um “evento incomum de mortalidade”, e informou que está aumentando a investigação em nível federal para analisar as causas. A cientista Teri Rowles, que trabalha para o departamento, disse que no mínimo um dos golfinhos encalhados parece ter sofrido de um vírus de sarampo (“Morbilivírus”).

Infecções de morbilivírus já foram consideradas causadoras de mortes em massa de golfinhos e focas no passado, mas a cientista afirma que os pesquisadores ainda estão cautelosos em apontar a causa das mortes deste ano.

Tais ocorrências de mortes massivas de golfinhos acontecem quase todos os anos ao longo das regiões costeiras americanas: sessenta surtos foram contados desde 1991. Mas a aceleração das mortes na semana passada (35) levantaram maior preocupação neste caso, segundo os cientistas.

“Este é o número mais alto que tivemos para esta época do ano desde 1987”, disse Susan Barco, coordenadora de pesquisas para o Virginia Aquarium & Marine Science Center em Virgínia. No ano de 1987 houve a morte de mais de 740 golfinhos entre Nova Jersey e Flórida, bem como a morte de baleias jubarte, uma catástrofe ligada ao morbilivírus e toxinas de algas. Tais números assustadores desencadearam uma onda de preocupação pública quanto aos golfinhos.

Nos encalhes atuais, a maioria dos golfinhos mortos foi vista na parte baixa da Baía de Chesapeake e envolvia golfinhos de todas as idades e tamanhos. Alguns morreram na areia, enquanto outros foram vistos por velejadores, flutuando nas águas, de acordo com Rowles. Morreram mais golfinhos machos, mas isso não é incomum nessas ocorrências. Marcas em alguns corpos de golfinhos analisados lembram as do surto de 1987, mas não parecem tão severas, segundo Barco.

Devido ao rápido aumento nas mortes, investigadores reconhecem que alguma doença deve ser a explicação mais plausível para os encalhes. Em abril, autoridades declararam que houve uma série similar, porém menor, de encalhes envolvendo 51 golfinhos que apareceram muito magros, mortos na Costa Leste da Flórida entre Janeiro e Julho.

Caso se venha a provar que um vírus seja o responsável pelas mortes, “não há realmente muito que possamos a fazer; é inviável a vacinação em uma população tão grande de golfinhos nariz-de-garrafa”, disse Rowles.

Os golfinhos atingidos pertencem a três grupos geneticamente relacionados, totalizando 17 a 21 mil animais distribuídos ao longo da costa desde Carolina do Norte até Nova York.

Gráfico mostrando estatísticas de mortes de golfinhos nariz-de-garrafa, entre 2007 e 2013. As incidências deste ano são alarmantes. (Foto: Frank Pompa, USA TODAY)
Gráfico mostrando estatísticas de mortes de golfinhos nariz-de-garrafa, entre 2007 e 2013. As incidências deste ano são alarmantes. (Foto: Frank Pompa, USA TODAY)

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