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Células-tronco são usadas para tratamento de lesões e patologias em animais domésticos

17 de julho de 2016
3 min. de leitura
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Reprodução/AnimaisCulturaMix
Reprodução/AnimaisCulturaMix

Na medicina recente, as células-tronco vêm ganhando papel relevante para a cura de doenças e melhora da qualidade de vida das pessoas. Porém, não é apenas em humanos que a terapia celular conquistou admiradores e adeptos, no âmbito animal o uso desta tecnologia tem bons registros e casos bem-sucedidos de regeneração e cura.

As células-tronco se dividem em três grupos principais: células-tronco totipotentes, que são capazes de formar um indivíduo completo e são encontradas nos embriões em estágios iniciais de desenvolvimento; células-tronco pluripotentes, derivadas de embriões em estágio mais avançados; e as multipotentes, provenientes de tecido adultos, já formados. O procedimento de terapia celular pode ser feito a partir da extração das células da medula óssea, do tecido adiposo, da polpa dentária ou do cordão umbilical.

Com propriedades anti-inflamatórias, angiogênicas e regenerativas a terapia celular promove o tratamento de diversas lesões e patologias em animais de companhia como cães e gatos. A proposta do tratamento é reparar órgãos e tecidos com aplicação de células que deverão preencher o local lesionado para propiciar um ambiente para a retirada das células mortas ou com distúrbios funcionais.

A eficácia da intervenção permite tratar patologias degenerativas, congênitas, crônicas agudas ou traumáticas do sistema locomotor, respiratório, neurológico e reprodutivo. Com alto poder de replicação, as células-tronco dão origem a células-filhas semelhantes e povoam e recuperam o local lesionado.

Apesar de no Brasil o tratamento ainda não ser liberado em humanos, sabe-se que a terapia celular apresenta efeito inibitório na proliferação de linfócitos, por exemplo, e é considerada uma fonte promissora para tratamentos, não apenas no aspecto regenerativo (reconstruindo órgãos e tecidos) como também para o tratamento de doenças relacionadas ao sistema imune.

A versatilidade das células-tronco é tão inovadora no mercado de animais domésticos, que muitos médicos veterinários não conhecem a tecnologia. Assim como outros tratamentos, a terapia celular deve ser utilizada nos casos em que há indicação bem definida e o protocolo para coleta, cultivo e transplante das células deve ser muito rigoroso, para que o resultado não seja comprometido.

Em geral, muitos animais que têm lesão de medula espinhal passam por uma recuperação lenta, mas com a terapia celular é possível melhorar os sinais clínicos e a qualidade de vida dos animais. Outras doenças como insuficiência cardíaca também são tratadas com eficácia pelas células-tronco e apresentam melhoras na função cardíaca e formação de novos vasos.

Na oftalmologia, as células-tronco oferecem também sua contribuição. Os tratamentos de casos de conjuntivite seca apresentam resultados positivos favorecendo a produção de glândula lacrimal e melhorando o aspecto do olho doente. Em lesões cutâneas, a terapia celular acelera o processo de cicatrização e aumenta a taxa de re-epitalização e angiogênese, além de reduzir a inflamação no local. A insuficiência renal é outra patologia tratada com sucesso proporcionando aumento na expectativa e na qualidade de vida do animal.

As doenças ortopédicas e que comprometem o sistema locomotor são disparadas as com maior incidência do uso de células-tronco. Cães com displasia coxofemoral e tratados com a técnica em geral são casos de sucesso, onde é possível observar a redução da dor e aumento da amplitude do movimento do animal.

Embora a utilização de terapia celular na medicina veterinária seja uma técnica relativamente nova, o procedimento tem se mostrado extremamente promissor no tratamento de diversas doenças e lesões. Um futuro promissor, com qualidade de vida e bem-estar aos animais.

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