Por Vinicius Siqueira (da Redação)
Um caminhão boiadeiro tombou ontem (26) no quilômetro 690 da BR-163, em Rio Verde (MS). Segundo imprensa local, o acidente causou a morte de vários bois e o restante, que teve a sorte de permanecer vivo, foi realocado para outro veículo. Os animais que fugiram, desesperados com o acidente, estão sendo procurados para captura.
Este caso revela as consequências fatais do transporte de animais, que é feito visando o barateamento da operação, sem a menor preocupação com as condições de bem-estar dos animais e que sempre poderão oferecer risco à sua integridade física.
No caso relatado, o problema se agrava pelo fato de os bois serem animais típicos de exploração humana. Alguns tiveram suas vidas perdidas devido ao transporte, mas não precisariam ser transportados caso não fossem, anteriormente, explorados para propósitos que só fazem sentido aos humanos.
Acidente é comum
Em Altair, interior de São Paulo, um caminhão tombou em dia chuvoso e causou a morte de seis bois. O veículo havia saído de Morrinhos, em Goiás, e transportava 80 bois pela rodovia BR-153. Além da quantidade de animais mortos, outros ficaram presos nas ferragens, o que necessitou de uma operação de resgate de mais de cinco horas feita pela Polícia Federal Rodoviária e com a ajuda de moradores locais.
Outro caminhão, que transportava 20 bois, tombou na BR-101 próximo ao município de Medeiros Neto, na Bahia. Não foi divulgado o número exato de mortes, mas a maioria dos animais faleceu no acidente.
Não são somente os bois que sofrem com o transporte precário, em Uberaba, Minas Gerais, 150 porcos morreram após acidente no quilômetro 26 da LMG-798. Segundo a Polícia Militar Rodoviária, o condutor do caminhão tentou desviar de um veículo em sentido contrário e não consegui controlar o caminhão, que transportava 370 porcos.
Estes casos exemplificam a impossibilidade de garantir um transporte seguro aos animais, que são tratados como mercadorias e são submetidos a este tipo de risco unicamente para garantir a exploração perpetrada por humanos em fazendas, matadouros e criadouros.
