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ESTUDO

Cães da raça terrier escocês possuem mais chances de desenvolver câncer caso seu tutor seja fumante

Os animais dessa raça já têm pré-disposição a ter câncer de bexiga, o que pode ser agravado em contato diário com uma pessoa que fuma

3 de março de 2024
Júlia Zanluchi
2 min. de leitura
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Foto: Narujen | Wikimedia Commons

Cachorros da raça terrier escocês expostos à fumaça de cigarro em casa são seis vezes mais propensos a desenvolver câncer de bexiga do que cães da mesma raça em lares não fumantes, revelou uma análise recente da Universidade de Purdue, nos Estados Unidos.

O estudo de longo prazo, publicado no Veterinary Journal, acompanhou 120 terriers escoceses ao longo de três anos. A raça é conhecida por suas altas taxas de câncer de bexiga, esses cães têm 20 vezes mais risco do que a maioria das outras raças. Além disso, na maioria deles o câncer se desenvolve em sua forma mais invasiva.

Os pesquisadores fizeram estudos com os tutores fumantes e analisaram a urina dos cachorros em busca de um metabólito da nicotina, que indica exposição à fumaça do cigarro. Durante o período do estudo, 32 cães desenvolveram câncer de bexiga.

Terriers escoceses que viviam em lares com fumantes eram seis vezes mais propensos a desenvolver câncer do que os outros, sendo que sete dos 32 cães com câncer de bexiga viviam com fumantes.

A análise da urina revelou que os cachorros que viviam com fumantes foram expostos a uma média de 10 anos de tabagismo equivalente a um maço por dia, em comparação com um ano e meio para os cães que não desenvolveram câncer.

Outro risco significativo foi viver a menos de 1,6 quilômetros de uma área de brejo, um terreno úmido, locais que podem reter poluentes ou ser tratados com inseticidas. Cães que moravam perto de áreas pantanosas tinham 21,23 vezes mais chances de desenvolver câncer de bexiga. A idade avançada e histórico de infecções do trato urinário também foram associados a um maior risco de câncer.

“Sabemos que a genética dos terriers escoceses desempenha um papel enorme tornando-os vulneráveis ao câncer”, afirmou Deborah Knapp, veterinária que liderou a pesquisa, em um comunicado de imprensa.

“Se fizéssemos este estudo com cachorros de raças misturadas, seriam necessários centenas e centenas de cães para descobrir esse mesmo risco, que provavelmente está presente, apenas mais difícil de discernir porque eles não têm uma predisposição genética para desenvolver câncer de bexiga”, acrescentou.

Knapp disse que os tutores de cães podem reduzir a exposição de seus animais à fumaça, consequentemente o risco potencial de câncer, ao parar ou fumar ao ar livre, e trocar de roupa depois do ato, antes de passar um tempo próximo aos seus animais domésticos.

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