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Cada vez mais cães militares sofrem de estresse pós-traumático

4 de dezembro de 2011
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Labrador retriver, um dos preferidos dos militares, pratica hidroterapia como parte do processo de reversão do estresse pós-traumático. Foto: Divulgação

A ligação foi atendida pelo Dr. Walter F. Burghardt Jr., especialista em comportamento animal. Era um veterinário no Afeganistão procurando ajuda. O paciente dele, um cão militar, depois de enfrentar mais um incêndio, estava escondido debaixo coberta, e se recusava a sair.
O diagnóstico de Burghardt, chefe do departamento de medicina comportamental no Hospital Militar de Cães estadunidense com base na Holanda, foi imediato: estresse pós-traumático. Algo que está se tornando comum entre os cães militares.
Os animais enfrentam diversos perigos: farejam minas explosivas e perseguem rastros de guerreiros inimigos em clima de tensão. Isto tem gerado uma série de danos mentais nos cães, que sofrem com traumas tão intensos quanto os dos humanos.
Estimativas mostram que mais de 5% dos 650 cães militares enviados pelo governo americano às regiões de combate desenvolveram estresse pós-traumático. Embora veterinários comumente apontem o desenvolvimento de estresse em cães, a doença foi precisamente reconhecida há 18 meses, e ainda é tema de debate entre especialistas.
Os problemas de saúde, segundo os veterinários das bases militares americanas, são resultado da exposição dos animais a barulhos intensos de explosões, armas de fogo e outros tipos de violência no Iraque e no Afeganistão.
A eficácia dos cães em cenários de guerra é grande para os militares, por isso o interesse em utilizar caninos treinados nas ações só cresce. Os danos, também.
E o problema fica ainda mais complicado porque o atendimento aos cães é feito geralmente via telefone, e-mail ou Skype, envolvendo também documentação em vídeo pelos soldados.
O Dr. Burghardt se esforça, produzindo ele também uma série de vídeos para auxiliar os soldados no trato com os animais.
– Se você colocar um tradutor do pensamento dos cachorros para saber o que eles estão tentando dizer, seria algo mais ou menos assim: ‘Quando eu vejo esse tipo de gente na minha frente, com esses uniformes, é sinal de que algo vai explodir, por isso estou estressado.’
A parte complicada do tratamento, diz o especialista, é que o paciente não consegue explicar claramente o que há de errado. Veterinários e acompanhantes dos animais precisam ter percepção psicológica do que pode ter causado o problema em cada caso.
O tratamento pode ser tão simples quanto dar umas férias ao animal ou fazê-lo praticar uma série de exercícios e brincadeiras, como a hidroterapia, teoriza Dr. Burghardt.
Fonte: R7
Nota da Redação: Apesar de pouco divulgada, é terrível a situação dos animais covardemente explorados nas guerras e em zonas de conflito. Animais de diversas espécies, como golfinhos, leões marinhos, cavalos, burros, cães, macacos, entre outros, têm sido cruelmente utilizados para atender aos interesses beligerantes de nações e grupos. Apesar de sofrerem as maiores atrocidades, não há justiça, nem a preocupação com a segurança deles durante os períodos de combates. Digo, com certeza, que os animais não humanos são as grandes vítimas dos crimes de guerra. Morrem mais animais do que humanos por causa das guerras. É preciso compreender e aceitar que os direitos animais são a continuação lógica dos direitos humanos e precisam ser garantidos. Nos últimos 70 anos, milhões de animais perderam suas vidas em confrontos bélicos. Como não têm voz e não podem escolher, são obrigados a ir para o front e realizar ações totalmente alheias à sua natureza. Os animais são usados como se fossem apenas armas, esquecendo-se que eles sentem dor, medo, tristeza e tem direito à liberdade e à vida assim como nós, animais humanos. Mas, infelizmente, eles ainda são escravos da inconsciência humana, onde não cabe sequer a compaixão. Defendemos que seja proibida a exploração de animais em zonas de conflito e que as ações que resultem em mortes de animais sejam também consideradas crimes de guerra.

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