Um cachorro que vivia em situação de rua teve uma segunda chance ao ser adotado por uma farmácia de Macapá, no Amapá. Alfredo, como passou a ser chamado, não só ganhou um novo lar, como teve direito a crachá e uniforme.
Promovido a “segurança canino”, Alfredo carrega em seu “novo cargo profissional” uma brincadeira que mostra o carinho que o proprietário e os funcionários da farmácia têm por ele. A chegada do cão ao estabelecimento aconteceu após uma área voltada para cães dos clientes ser construída no local, com direito a brinquedos, água e ração.
Faminto e maltratado, o cão logo se aproximou em busca de abrigo e comida. Em abril, após possíveis tutores do animal não serem identificados, a farmácia oficializou a adoção. Levado ao veterinário, o cão iniciou tratamento de saúde, tomou banho na pet shop e ganhou até uma bandana.
“O Alfredo apareceu um belo dia na farmácia e a gente foi vendo ele com mais frequência. Ele passava o dia por lá, até que um dia chegou um momento que o nosso chefe o viu, e a gente incentivou ele a adotar o Alfredo”, contou ao G1 a designer gráfica do estabelecimento, Letícia Brito.
Apoio à causa animal
A farmácia que adotou Alfredo é conhecida por apoiar a causa animal. Recentemente, o estabelecimento fez parceria com ONGs para realizar feiras de adoção no local. A primeira, ocorrida em junho, contou com a presença de cães e gatos resgatados das ruas pela Anjos Protetores, entidade de proteção animal do município.
De acordo com Letícia, a proteção animal é uma das principais causas defendidas pela farmácia. “Eu gostaria muito que outras empresas cuidassem do animais de rua daqui de Macapá, porque é um trabalho difícil só para as ONGs. Os cachorros sofrem muito aqui, é grande a quantidade de abandono de animais. Queria que cada um fizesse um pouquinho, que pelo menos deixasse ele dormir na porta do lugar ou algo parecido”, concluiu.
Não compre, adote
A exploração de animais para venda é uma prática cruel que objetifica cães e gatos, reduzindo-os à condição de mercadorias. Por serem tratados como objetos, esses animais são alvos frequentes de maus-tratos, situação que só poderá ser coibida com o fim do comércio.
Engajados na luta em prol dos animais, ativistas incentivam a adoção e pedem que a sociedade se conscientize sobre a necessidade de abolir a venda de cachorros e gatos. Os protetores de animais explicam que, ao comprar um animal, o comprador não só compactua com a objetificação de um ser vivo, como incentiva o comércio como um todo, incluindo o que é feito pelos criadores que negligenciam e maltratam os animais.
Enquanto milhares de animais são comprados Brasil afora, outros milhões padecem nas ruas. De acordo com dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), 30 milhões de animais vivem em situação de rua no país. Sem cuidados, eles passam fome e sede, sofrem com o calor, o frio e as chuvas, adoecem e agonizam até a morte por conta de doenças e de atropelamentos. Também são vítimas de agressões e até de estupros. Frágeis e inocentes, o pedido que eles fariam, caso pudessem falar, seria: não compre, adote um animal abandonado.