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Cachorro querido por taxistas reaparece após dois anos em Florianópolis (SC)

14 de fevereiro de 2011
3 min. de leitura
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Cãozinho que morava no ponto do Bairro Abraão
foi reencontrado por um motorista

Preto está feliz da vida, porque agora ganhou um lar de verdade na casa de Marlon. Foto: Caio Marcelo

O cachorrinho vira-lata Preto havia sumido misteriosamente em maio de 2009, deixando um clima pesado no Bairro Abraão, em Florianópolis (SC). Isso porque, há sete anos, quando o cachorro apareceu no local, sem ser convidado, o ponto de táxi nunca mais foi o mesmo.

Com um jeitinho calmo, obediente e carinhoso, Preto cativou os taxistas e virou o xodó, inclusive de passageiros. Alguns até pediam que, durante a corrida, Preto estivesse dentro do carro, como acompanhante.

Quem adotou Preto foi o taxista Marlon Bonelli, 37 anos. Nos primeiros dias, o caozinho ganhou uma caixa de papelão como casa, dentro do ponto.

Casa debaixo da árvore

O que sobrava da janta dos taxistas tinha destino certo: o estômago de Preto. Como recompensa, durante a madrugada e o cochilo dos motoristas, ele latia quando alguém estranho se aproximava dos táxis.

Com a caixa de papelão surrada, Preto ganhou uma casa de madeira novinha. Mas vândalos atearam fogo. Depois, recebeu outra casinha, que foi amarrada embaixo de uma árvore, próximo ao ponto.

A verdadeira paixão do vira-lata, que é castrado, é o carro. É só ser convidado para entrar, pela porta de passageiros, que ele senta, sorrateiramente, no banco de trás, como se fosse gente.

Sumiço foi de madrugada

Mas o sentimento de amizade logo virou saudade. Sem explicação, Preto desapareceu, de madrugada. A principal suspeita dos taxistas era de que o cão havia sido atropelado. Mas ninguém encontrava o corpo.

Outra suspeita era que alguém de má fé tivesse capturado o cachorro. Durante dois anos, Marlon nunca perdeu a esperança de encontrar o amigo. Nas corridas, um olho era no trânsito e o outro nos becos, portões e garagens, para tentar localizá-lo.

Destino

Até que Marlon recebeu um sinal do destino, como ele diz. Em uma agropecuária, quando comprava areia para seus dois gatos, ele viu um ossinho de brinquedo para cachorro, e pensou em Preto, e na vontade que tinha de finalmente encontrá-lo. No dia seguinte, durante uma corrida de táxi pelo Centro de Palhoça, Marlon avistou um cão preto.

Aproximou-se, pediu licença para os passageiros, abriu a porta do carro, chamou Preto pelo nome e o cãozinho entrou no veículo, na hora.

Não vai mais dormir no ponto

Preto foi encontrado com escoriações e sarnas. Mas, segundo Marlon, ele estava bem de saúde. Ainda toma medicamentos e, em 15 dias, estará curado. Ao mesmo tempo que encontrá-lo foi um alívio, os taxistas, até hoje, se perguntam: o que o cachorro fez durante esses dois anos? Ninguém sabe. O que Marlon tem certeza é que, depois do desaparecimento, Preto não voltará para o ponto. Vai para um canil, na casa do taxista.

— Não vou correr o risco de perder ele de novo. Esse cachorro é fantástico. É um companheiro pra toda a vida — diz o taxista.

Fonte: Diário Catarinense

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