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EMPATIA

Cachorro passa a viver em cemitério após morte de tutor e consola famílias em luto

Funcionário do cemitério há 16 anos, o coveiro relata que Bobby sempre deita ao lado da família e permanece imóvel durante os 45 minutos do enterro, observando a cena e transmitindo força aos familiares da pessoa morta

22 de setembro de 2021
Mariana Dandara | Redação ANDA
2 min. de leitura
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Foto: Juan Thomes

Bobby é um cachorro especial que toca o coração de todas as famílias enlutadas que passam pelo Cemitério Municipal da Roca, em Rio Negro, na Argentina. Morando no local desde que seu tutor morreu, o animal demonstra empatia pelas pessoas que enterram seus entes queridos e acaba por consolá-las.

Companheiro do coveiro noturno Daniel Cisterna, o cachorro o acompanha durante todo o seu trabalho e observa os familiares das pessoas sepultadas com uma serenidade comovente.

“Meu trabalho é enterrar, caminhar, passear pelo cemitério e Bobby me segue. Quando eu entro às 13h e ele ouve a motocicleta sempre vem me cumprimentar e quando eu saio ele me acompanha até a floricultura e dá meia-volta”, contou Daniel ao portal Rio Negro.

Foto: Juan Thomes

Funcionário do cemitério há 16 anos, o coveiro relata que Bobby sempre deita ao lado da família e permanece imóvel durante os 45 minutos do enterro, observando a cena e transmitindo força aos familiares da pessoa morta. “Parece que ele entende a dor dela [da família enlutada]”, disse Daniel.

Segundo ele, o gesto empático do cachorro faz com que todos que passam pelo cemitério gostem dele e perguntem sobre seu histórico. “Contamos a história dele”, relatou o coveiro. “Quando ele chegou, estava seguindo o carro funerário. Enterramos o tutor dele e ele ficou aqui conosco. O cachorrinho ainda estava em cima do túmulo do tutor, ele não queria ir. Colocaram-no em um caminhão, mas ele saiu e voltou para o túmulo de seu mestre. Ele não quer ir, ele quer ficar com o tutor”, comentou Daniel ao relatar o momento em que a família do tutor de Bobby tentou levá-lo para casa.

Foto: Juan Thomes

No cemitério, o cachorro recebe todos os cuidados necessários e é tratado com muito carinho. A ração que o alimenta é entregue semanalmente aos funcionários do local pela professora Adriana Carrasc, que é ativista da causa animal. Ela também fica responsável por levá-lo ao veterinário quando há necessidade.

Junto de sua família, a professora cuida não só de Bobby, mas de muitos outros cães que vivem em situação de rua em Rio Negro. “Nós os levamos ao veterinário, os alimentamos, tudo o que podemos fazer, fazemos”, disse Adriana. “Quando conhecemos Bobby, imediatamente fomos castrá-lo para que não acontecesse o mesmo que aconteceu com os outros que escaparam para cruzar”, completou ao mencionar acidentes envolvendo outros animais.

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