Segundo o jornal O Dia, em Campos dos Goytacazes, no Norte Fluminense, um cachorro de raça não definida caminhou por 9 dias na BR-101 na vontade de reencontrar seus tutores após fugir de lar de cuidado temporário em que foi colocado. Foram aproximados 40 quilômetros percorridos por Jou, que se direcionou até à praia de Atafona, em São João da Barra, para retornar a seu lar de origem.
De acordo a apaixonada por animais e tutora do cão, Leda Lysandro, no dia 1º de junho, “Jou” teve que sair temporariamente de Atafona para Campos para fazer um tratamento no saco escrotal. O cachorro precisou ficar em um lugar seguro para tomar remédios sendo ele a casa de amigos dos tutores.
“Logo após, na madrugada do dia 3 de junho, as imagens foram resgatadas pelas câmeras da rua Sacadura Cabral, mostrando o momento em que fugiu. Ele conseguiu retirar o colar de proteção e pular o muro, fugindo. Na manhã de quinta-feira, então, não amanheceu em casa”, relata Leda. A escapada do cão gerou muita preocupação em Leda, o que levou ao início de buscas incessantes pelo cãozinho.
“Fizemos várias buscas a pé pelos arredores. Em seguida, buscas de carro. Fizemos saídas constantes, chegamos a pensar em espalhar cartazes com a foto dele, enfim. No dia 8 de junho, para a nossa surpresa, a amiga Eduarda Ribeiro, ao vir de Atafona para Campos viu Jou na estrada, próximo a Degredo, em direção a Atafona. Tentou se aproximar, mas ele parecia agitado a beira estrada. Ela, então, avisou meu ex-marido, que também estava imbuído nas buscas. Ainda sem encontrá-lo, naquele momento, meu coração se encheu de esperança, porque tive certeza, alguma coisa me dizia, que ele chegaria na nossa casa de Atafona”, destacou.
Na manhã do dia 12 desse mês, o filho de Leda comemorou por meio de ligação que o cão tinha voltado para o lar original “Mãe, Jou retornou à casa de Atafona, sua casa. Está de baixo do banco!”.
“Meu Deus, é inacreditável. Ele fugiu de Campos dia 3 de junho e chegou à casa de Atafona no dia 12. Foram 40 quilômetros de distância. O cheiro da maresia, o vento nordeste e desejo de casa o guiou. Jornada linda e altamente simbólica para mim. Poesia em vida. História que precisa ser contada e que vou contar” ressalta Leda emocionada.
“Meu amor canino, Jou Boca Preta Lysandro, comedor de sandálias havaianas, bravo, pulador de muros, vira-latas legítimo! Fez história! Voltou sozinho para casa, percorreu uma BR-101, 40 km e voltou sozinho. Você já é lenda, sua vida me faz feliz. Deus, obrigada, São Francisco de Assis”, finaliza ela, em plenitude.