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Cachorra sobrevive a terremoto e é salva da eutanásia graças a voluntários

4 de outubro de 2011
4 min. de leitura
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Por Natalia Cesana  (da Redação)

Créditos foto: Susan Mercer

Popularmente se diz que os gatos têm sete vidas, mas e os cães? Com a ajuda do Grupo de Resgate e Suporte de Animais em Situação de Terremoto no Japão (JEARS, na sigla em inglês), os cães poderão chegar a sete vidas em breve.

Esta é a milagrosa história de Maruko, uma cadelinha que sobreviveu sob os escombros da casa em que morava em Ofunato, província de Iwate. Ela ficou 11 dias sem comida e sem água depois do terremoto e da passagem de um tsunami pelo país no começo desse ano. Mas esse é só o começo desta longa jornada de seis meses para esta cachorrinha que ainda tem algumas vidas de reserva para usar. Ou algum carma canino. As informações são do jornal The Japan Times.

Depois de ter sido resgatada dos destroços da casa, a confusa e irritada cadela foi levada para um abrigo, onde os animais ficam por cinco dias até serem sacrificados. Àquela altura, Maruko avançava e mordia a mão de todos que a colocavam sobre ela.

A mestiça de terrier foi rotulada como agressiva e muito perigosa para ser tratada. Por isso os tratadores do abrigo a deixaram numa jaula. Lá Maruko ficou por cinco dias, cada um trazendo a câmara de gás mais perto.

Neste meio tempo, o governo municipal de Ofunato conseguiu localizar os tutores de Maruko, mas eles estavam morando em um abrigo também, para vítimas da tragédia natural. Como eles não conseguiriam pegar a cadela de volta, eles torceram para que o abrigo ficasse com Maruko até que eles encontrassem um lar apropriado e pudessem se reencontrar.

Em vez disso, o abrigo decidiu abater Maruko.

No quinto dia, a poucas horas de a cadelinha ser fechada na câmara de gás, Kate O’Callaghan chegou à cidade de Ofunato com voluntários da JEARS, incluindo um veterinário. Ela tinha ouvido falar sobre o caso da cachorra. “A JEARS não deixaria que isso acontecesse”, disse Kate, uma defensora de abrigos que não matem os animais.

A JEARS é formada por uma parceria de três grupos de resgate sem fins lucrativos do Japão: Amigos dos Animais de Niigata, Heart Tokushima e a Rede Felina do Japão. Estes grupos organizam voluntários de todo o país para ajudar animais em necessidade.

Kate ofereceu-se para ir de Okinawa, onde mora, até Iwate para ajudar a resgatar Maruko. “Quando finalmente vimos a cachorra, ela estava dentro de uma gaiola se debatendo. Maruko não é agressiva, ela só estava traumatizada”, contou Kate. Felizmente, os voluntários da JEARS são psicólogos de animais naturais e eles sabem conquistar um cachorro e influenciar as pessoas.

Depois de horas de negociações, o governo finalmente aceitou que a JEARS levasse Maruko do abrigo. Com cuidados adequados, amor e paciência, eles foram capazes de ganhar a confiança da cadelinha.

Mas ninguém avisou a JEARS sobre os tutores de Maruko.

Os voluntários levaram a cachorra para a instituição Amigos dos Animais de Niigata, onde ela viveu cercada pela bondade dos amantes de animais por um mês. Em maio, Maruko foi transferida para o abrigo da entidade Heart Tokushima, a mil quilômetros de distância, administrado por Susan Mercer e o marido Hitoshi Tojo. Eles atualmente cuidam de mais de 50 cachorros retirados das áreas atingidas pelo terremoto e contam com a ajuda de 10 a 20 voluntários.

Quando Maruko estava se adaptando ao seu terceiro lar temporário, os tutores foram ao abrigo de Iwate procurar por ela. Lá eles foram informados que a cadelinha estava viva, mas não sabiam onde.

Os tutores recorreram à internet e, ao buscaram por ‘cães desaparecidos’, se depararam com o blog da JEARS, que tinha um vídeo do YouTube feito por Kate O’Callahan, chamado “A história de Maruko”.

No dia 18 de setembro, Hitoshi Tojo, administrador do terceiro abrigo, levou Maruko até o aeroporto de Osaka, onde se encontrou com um voluntário da JEARS que levou a cadela para  reencontrar-se com seus tutores. Para a família que perdeu tudo no terremoto e no tsunami, ter Maruko de volta foi um presente extraordinário.

“O espírito dela é jovem, ela está sempre sorrindo. Ela entendeu que teve uma segunda chance na vida e então ela vive ao máximo”, disse Susan Mercer, do abrigo da Heart Tokushima, sobre o tempo que Maruko ficou com ela.

Nem todos os cães, entretanto, têm essa sorte, mas para dar a um cachorro sete vidas é fácil, basta microchipá-lo.

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