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Botos mortos e usados como isca de pesca estão sob ameaça na Amazônia

5 de dezembro de 2011
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Foto: reprodução Corrêa Neto

Um grupo de cientistas se movimenta para salvá-los. Nos últimos 17 anos, foram capturados pelo Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia mais de mil animais, o que é fundamental para a preservação da espécie.
Botos estão sob ameaça, na Amazônia. Eles são mortos e usados como isca de pesca. Mas um grupo de cientistas se movimenta para salvá-los.
Logo que o dia amanhece na floresta, os pescadores saem para espalhar as redes. Eles buscam um dos animais que vivem há mais tempo na Amazônia. Os golfinhos entraram na região há 10 milhões de anos. Estima-se que 13 mil botos vivam na Reserva de Desenvolvimento Sustentável de Mamirauá.
No local, há 17 anos, cientistas do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia estudam os botos cor de rosa e tucuxi. Uma vez por ano é organizada uma expedição para a marcação de novos animais.
Desta vez, serão analisados apenas a mãe e um filhote. Da fêmea é retirado sangue e leite para exames. Na maioria das vezes, o animal é levado de canoa até o laboratório flutuante de pesquisa. Lá os bichos são identificados, marcados com letras e números que passam a fazer parte de um banco de dados.
Um macho como na idade adulta pode alcançar 2,5 metros de comprimento e passar dos 40 anos na natureza. Esse tipo de informação só é possível pela captura. Nos últimos 17 anos, foram capturados pelo projeto mais de mil animais, o que é fundamental para a preservação da espécie.
Todos os bichos voltam para o rio, mas nem sempre estão seguros. Segundo os pesquisadores, nos últimos dez anos, a população de botos foi reduzida pela metade. Eles são arpoados para virar isca na pesca da piracatinga, um peixe que se alimenta de animais mortos. Pedaços de boto são colocados em caixas, encontradas até no entorno da Reserva.
“Eles colocam ela bem dentro da água para guiar a piracatinga com a carne de boto ou jacaré”, explica a bióloga Nívia do Carmo.
Nem os animais acompanhados pelo projeto escapam. Uma das fêmeas foi marcada há quatro anos, quando ainda era filhote.Ela foi encontrada boiando, morta por um arpão.
“Não podemos deixar que o boto da Amazônia se torne uma lenda. Queremos que seja vivo e real”, destaca uma mulher.

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