As milhares de borboletas marrons que invadiram Manaus há pouco mais de uma semana estão em rota de migração para o Sul do Amazonas até o Estado do Mato Grosso. Elas param nas flores para repousar, se alimentar e reproduzir, explicou o entomólogo Francisco Felipe Xavier Filho, 42, do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa). Leitores de A CRÍTICA relataram ter se encantado com a quantidade delas nas proximidades do Colégio Dom Bosco e na Manaus Moderna, no Centro, Parque Municipal do Idoso, no bairro Nossa Senhora das Graças, Zona Centro-Sul, entre outros.
De tamanho médio a pequeno, com asas triangulares, antenas em curva na ponta, elas são insetos da ordem Ledidoptera e família Hesperiidae. De acordo com o pesquisador, as que estão em passagem por Manaus são 99% da espécie Augiades crinisus. Essa rota que inclui a cidade é muito antiga e está na memória genética dos insetos, que a transmitem de pais para filhos, relatou o entomólogo.
Trajeto
Também conhecidas como borboletas “diabinhos”, elas têm uma média de vida de duas a quatro semanas e viajam longas distâncias, aproveitando o período do dia e o sol para se deslocar. Como não há estudo continuado da rota feita por elas não dá para saber de onde vêm, mas há registro da existência delas em países como a Costa Rica, Colômbia, Venezuela, Bolívia e Brasil.
Elas têm voo rápido e usam os fragmentos de floresta para repousar, se alimentar e continuar a viagem rumo ao Sul, disse. Chamam a atenção pela quantidade delas nas flores, formando um espetáculo de beleza e leveza que refresca a alma e encanta os olhos de um observador mais atento.
Fonte: A Crítica