Por David Arioch
O bombeiro canadense Adam Knauff, que atua no Corpo de Bombeiros de Ontário há 11 anos, está processando o governo por violar o seu direito de acesso à comida vegana enquanto trabalhava em Williams Lake, na Colúmbia Britânica.
Knauff, que atuou em um incêndio de grandes proporções por dez dias, trabalhando cerca de 16 horas diárias, teve de lidar com a falta de comida – mesmo desempenhando um trabalho que exigia muito vigor físico e não oferecia a possibilidade de se ausentar.
Segundo a organização Animal Justice, que representa o bombeiro, ele disse que repetidamente pediu que fornecessem comida vegana, mas o pedido continuou sendo ignorado. Adam Knauff então foi obrigado, em muitas situações, a ficar com fome para não trair as suas próprias convicções.
Por causa de suas queixas, o Corpo de Bombeiros ainda o puniu disciplinarmente e o deixou sem salário. “Sou vegano porque não quero prejudicar ou matar animais. Por mais de 20 anos, esse sistema de crenças influenciou todos os aspectos da minha vida e me tornou consciente da epidemia global que envolve o abuso de animais para alimentação”, justificou na terça-feira.
E acrescentou: “Minhas crenças devem ser respeitadas, inclusive enquanto eu estiver trabalhando no combate a incêndios florestais. O veganismo tem um potencial incrível para mudar o mundo promovendo a compaixão e o respeito pelos outros, e isso deve ser celebrado – não punido, desprezado ou menosprezado.”
Em queixa ao Tribunal de Direitos Humanos de Ontário, o bombeiro afirmou que foi discriminado por ser vegano, e percebeu isso no momento em que seus supervisores inviabilizaram qualquer possibilidade de ele receber comida vegana.
Desde 2016, o Código de Direitos Humanos de Ontário prevê atenção às necessidades dos veganos, já que o veganismo está classificado como uma crença não-religiosa, uma filosofia de vida fundamentada em um posicionamento ético. Portanto, seus adeptos não podem ter seus direitos negados – aponta a Animal Justice.