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MINAS GERAIS

Boi explorado em leilão se esconde em loja após fugir de evento em MG

Assustado, o boi entrou correndo na loja, mas logo foi retirado do estabelecimento

30 de junho de 2021
Mariana Dandara | Redação ANDA
4 min. de leitura
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Foto: Reprodução

Um boi explorado para venda tentou salvar a si mesmo ao fugir de um leilão e entrar em uma loja para se esconder na cidade de Araxá, em Minas Gerais.

O animal entrou na loja na tarde da última segunda-feira (28), no final do horário de expediente da loja, após percorrer cerca de 2,4 quilômetros do centro de exposições também o estabelecimento.

Gerente da loja, Nivaldo Henrique Drumond disse ao UOL que a presença do boi causou surpresa aos funcionários. “Ele fugiu, desceu para as ruas e acabou entrando aqui no nosso comércio. Ele estava correndo bastante quando ele entrou aqui, então foi bem rápido que ele entrou e foi para o fundo da loja”, contou.

Assustadas, as funcionárias gritaram e o gerente as acalmou para não assustar o boi, que minutos depois foi retirado do local por seu tutor. “Ele chegou na frente do corredor atrás [do boi], que saiu da loja e foi para a rua de novo. Logo na frente conseguiram derrubar e colocar ele de volta no caminhão”, contou Drumond.

“[O boi] Não quebrou nada da loja. Foi bem tranquilo, ele ficou quietinho, ninguém mexeu com ele”, concluiu o gerente do comércio.

Exploração e sofrimento

Os animais explorados para consumo humano são submetidos a extremo sofrimento. Maltratados, torturados e covardemente mortos, eles são vítimas da gula e da ganância. Criados para serem mortos, vivem muito menos do que viveriam se não fossem condenados à morte.

No caso dos bois, a indústria, que os vê como mercadorias lucrativas, os queima com ferro quente para identificá-los, os eletrocuta com picanas elétricas para guiá-los de maneira forçada, e os mata precocemente. Após serem queimados e eletrocutados – procedimentos dolorosos que causam sofrimento físico e psicológico -, eles são amontoados em caminhões superlotados.

Em meio aos próprios excrementos e sem espaço para deitar e descansar, eles viajam por horas. Sofrem com a privação de água e alimento, além de suportarem as condições climáticas sem qualquer abrigo. Quando o tormento do transporte chega ao fim, sem que acidentes ocorram, inicia-se a tortura da morte. Em caso de acidentes, os bois são deixados à própria sorte. Veterinários não são acionados e eles agonizam até perderem a vida. Os que sobrevivem são levados de volta ao matadouro.

A vida não é menos tenebrosa para as aves exploradas para consumo humano. Presas em gaiolas minúsculas, nas quais ficam em pé sobre grades desconfortáveis, ou confinadas em galpões superlotados, elas suportam sofrimento inimaginável.

O estresse é tamanho que esses animais costumam mutilar a si mesmos e arrancar partes dos corpos das outras aves em resposta ao abalo psicológico que sofrem. Para evitar a mutilação, os fazendeiros submetem as aves ao processo de debicagem, por meio do qual o bico desses animais é cortado sem qualquer anestesia – procedimento que causa bastante dor.

As galinhas poedeiras são tratadas como verdadeiras máquinas. Os frangos suportam a terrível vida do confinamento até serem mortos. Os pintinhos, por sua vez, por não pertencerem a mesma linhagem dos frangos e não terem a capacidade de botar ovos como as fêmeas, são mortos ainda filhotes, triturados vivos.

Os porcos também vivem vidas miseráveis. As fêmeas são aprisionadas em jaulas minúsculas, que impedem sua movimentação e nas quais permanecem até o dia em que são mortas. Os filhotes são castrados sem anestesia, muitas vezes na frente das mães, que se desesperam sem poder salvá-los. A verdade é que na indústria não existe animal que não sofra, independentemente da espécie.

Comovidos com o sofrimento animal e com os efeitos nefastos da agropecuária sobre o meio ambiente, ativistas conscientizam a população sobre a necessidade de se fazer a transição para o veganismo para deixar de ser responsável pelas atrocidades cometidas contra os animais e a natureza, que é devastada pela agropecuária por meio da poluição, do desmatamento e do desperdício de água.

Todo esse ciclo de horror prova que a carne que chega ao prato dos consumidores é resultado de uma vida miserável de um animal que teve seus direitos negados, foi explorado e tratado como um objeto descartável.

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