Livre de zoológicos e da exploração para entretenimento humano, um bebê gorila teve um destino diferente de seus pais ao nascer no Gabão. Sua família, que foi reintroduzia à natureza, viveu anos em zoológicos na França e no Reino Unido. Ao contrário do filhote, que teve a chance de nascer livre.
O nascimento do animal foi comemorado não só por ter ocorrido na natureza, mas também por se tratar de uma espécie ameaçada de extinção. “É uma notícia extraordinária, um fato inédito mundial muito importante para a conservação desta espécie em via crítica de extinção”, declarou à AFP Delphine Delord, diretora associada do ZooParc de Beauval, no centro da França.
Mayombé, mãe do filhote, nasceu no ZooParc de Beauval. Já seu pai, Djongo, viveu por anos, desde seu nascimento, no zoológico de Port Lympne, no Reino Unido. Hoje, a dupla vive no Parque Nacional de Planaltos Bateké no Gabão e é acompanhada por membros da Fundação Aspinall.
“A natureza é magnífica. Tudo pode acontecer. Este bebê é frágil, mas no momento Mayombé (13 anos) mantém seu recém-nascido em uma posição perfeita e o alimenta bem”, disse Debord. “Djongo (15 anos) se aproxima deles muito lentamente. Foi inclusive visto nas imagens das câmeras —que são ativadas quando os animais passam— tocando o bebê. A mãe permitiu”, completou.
“Os gorilas machos têm um papel a desempenhar no desenvolvimento de sua descendência. Assistimos à criação de um início de grupo que será reforçado com a reintrodução de outra fêmea nascida na Inglaterra”, afirmou.
Presidente do ZooParc e da associação Beauval Nature, Rodolphe Delord acompanhou os trabalhos de reintrodução da Mayombé à natureza em 2019. Ele acredita que o nascimento do filhote pode representar um “possível futuro melhor para esta espécie”.
Nas planícies do oeste do Gabão, vivem de 150 mil a 250 mil gorilas, segundo dados da Beauval Nature. E cerca de 800 animais da espécie vivem em zoológicos.