É delicado o estado de saúde da gata batizada de Vitória, resgatada por bombeiros sob lama e escombros em Petrópolis, na Região Serrana do Rio de Janeiro, na manhã de ontem (23), oito dias após tragédia na cidade imperial.
A gatinha de cinco anos foi encontrado com vida soterrado próximo à Rua Sargento Boening, um dos principais pontos de deslizamento provocados pelas chuvas da terça-feira (15).
Militares seguiam indicações de moradores vizinhos aos locais atingidos na rua, quando encontraram a gata. Vitória sobreviveu oito dias sem alimento e água soterrada por lama e escombros, mas a falta dessas condições desencadeou problemas além das lesões no corpo. Em entrevista ao O Dia, o veterinário que cuida da gatinha, Guilherme Mayorga, disse que a condição dela merece atenção.
“Temos dado todo o suporte. Por mais que os gatos sejam animais bem resistentes, no caso da Vitória só pode ter sido Deus, porque um animal que fica tanto sem se hidratar e sem se alimentar pode desenvolver lipidose hepática, que é uma doença grave comum em animais. Mas alguns resultados dos exames foram bons”, afirma Mayorga, que é responsável pela Clinipet Veterinária Popular, no bairro Alto da Serra.
De acordo com o Governo do Estado, o programa RJPet, da Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária, Pesca e Abastecimento, dará assistência para Vitória até que ela se recupere. Após o tratamento, a gata deve ser levada para um lar temporário até que encontre um tutor.
Desde o início das ações de salvamento na Cidade Imperial, mais de 500 animais foram resgatados das áreas atingidas por deslizamentos de terra em Petrópolis. Alguns desses eram resistentes a sair do local onde viviam com seus tutores e precisaram ser contidos no local.
As ações de resgate são feitas por meio da atuação em parceria entre a Secretaria Estadual, responsável pelas políticas Públicas de Proteção e Bem-estar Animal (RJPET), o Grupo de Resgate de Animais em Desastres (GRAD) e ONGs, protetores, moradores e voluntários. Segundo Carla Sássi do GRAD, o cenário é bem parecido com a tragédia de 2011 na Região Serrana.
“A situação realmente é um cenário de guerra. Nosso trabalho é resgatar os animais atingidos, e principalmente dar assistência às famílias, para que não sejam mais uma preocupação nesse momento tão difícil”, disse Carla Sássi.
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