Na noite de quinta-feira (7), banhistas encontraram uma das maiores espécies de tartarugas do mundo, conhecida como tartaruga-gigante, na Praia da Corvina, no município de Salinópolis, nordeste do Pará. O vídeo do flagrante circula pelas redes sociais. Segundo bióloga, a ocorrência do animal na área não é comum. Em casos como esse, rede de pesquisa e conservação marinha pode ser acionada.
O animal, também chamado de tartaruga-de-couro, chamou atenção por ter uma carapaça preta, revestida por uma pele resistente, com aparência de couro, e por medir cerca de 2 metros de comprimento por 1,5 m de largura. Algumas espécies chegam a pesar de 500 a 900 kg.
Esse tipo de tartaruga costuma viver em alto-mar, aproximando-se do litoral geralmente para desovar os filhotes. Alimentam-se de organismos gelatinosos, principalmente cnidários, como as águas-vivas e medusas. Por essa razão, também costumam ser vítimas da poluição marinha, já que podem confundir alguns dos seus alimentos com sacos plásticos.
Apesar de ter registros de ocorrência em todo o litoral da América, não é considerado normal que a tartaruga-de-couro apareça na costa paraense, conforme explica a bióloga e mestre em Ciência Animal, Palmira Gonçalves Ferreira: “a gente está numa região de estuário, que é o encontro da água do rio com a água do mar. Como essa tartaruga é de áreas oceânicas, um pouco mais profundas, principalmente por causa do tamanho dela, é possível que ela tenha se perdido ou se desviado do caminho natural por conta de reprodução ou por questões climáticas”, explica.
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Atualmente, a tartaruga-gigante é considerada como criticamente ameaçada de extinção na Lista Vermelha da União Internacional para a Conservação da Natureza e dos Recursos Naturais (IUCN). Por isso, Palmira orienta que, ao encontrar animais marinhos, o ideal é que o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) seja acionado: “Eles têm um projeto de pesquisa e conservação de tartarugas marinhas e podem orientar a melhor forma de proceder”.
De acordo com o coordenador do Centro Nacional de Pesquisa e Conservação Marinha do Norte (CEPNOR) do ICMBio, Alex Klautau, em Salinas existe uma “rede de encalhe” que pode ser acionada em casos de animais marinhos encalhados, mas também em situações semelhantes ao aparecimento da tartaruga-gigante. Basta acionar o número (91) 98418-8581. “Montamos uma equipe e vamos ao local. No caso das tartarugas, podemos tanto proteger o ninho quanto avaliar o animal e dar os primeiros-socorros, caso necessário”, informa Alex.
A Polícia Militar Ambiental também orienta que, ao avistar algum animal marinho, vivo ou morto, seja acionado o Comando de Policiamento Ambiental, pelo 190, bombeiros ou Secretaria Ambiental do município.
Fonte: O Liberal