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PERIGO

Ameaçada de extinção, arara ferida por linha com cerol em MG pode ter dificuldades em voltar a voar

A ave foi encontrada enrolada na linha de pipa e levado para o Hospital Veterinário da Uniube (HVU) com ferimentos graves.

6 de julho de 2022
2 min. de leitura
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Foto: Henrique Imada | Arquivo pessoal

Uma arara-canindé, espécie ameaçada de extinção, deve ter dificuldades em voltar a voar após ser ferida com cerol, em Uberaba. A ave, que foi encontrada enrolada em uma linha de pipa no dia 22 de junho e levada ao Hospital Veterinário da Uniube (HVU), onde segue em tratamento para que volte a voar.

Apelidada pelos veterinários de Jéssica, a arara chegou ao centro de saúde com hemorragia causada por um corte no tendão. O aluno do 7° período e responsável pelo setor de animais silvestres do HVU, Henrique Imada, explicou que, para estancar o sangramento, foi necessária uma intervenção cirúrgica.

Os médicos fizeram um acesso venoso para reestabelecer a quantidade de fluidos corporais e, ao mesmo tempo, a arara vinha recebendo oxigênio. Segundo Henrique, a equipe tinha medo que a ave apresentasse um quadro de hipoxemia, que acontece quando falta oxigênio por escassez de sangue circulando.

Acompanhamos ela por seis horas após a cirurgia, até ela estar completamente recuperada. Desde então, ela vem sendo acompanhada diariamente. Nos primeiros dias, tivemos que fazer alimentação assistida, porque ela não conseguia se alimentar bem sozinha. Ela apresentou uma melhora acima da nossa expectativa, mas ainda está com alguns ferimentos do corte da linha de cerol, a qual ainda estamos tratando”, explica Henrique.

Após o tratamento, a previsão, segundo a equipe veterinária é de que a arara seja destinada ao Centro de Triagem de Animais Silvestres, em Patos de Minas. No local, ela será reavaliada para saber se tem condições para ser solta ou se deve ser encaminhada a alguma reserva. De acordo com os médicos, ela ainda tem a chance de voltar a voar, mas depende de como será a reabilitação.

Perigos

O uso da linha de cerol que acabou cortando o tendão da arara é proibido em todo o território de Minas Gerais por lei estadual. Além do perigo aos animais, são registrados acidentes envolvendo danos físicos e até mortes entre pessoas.

O cerol é uma mistura que resulta em material cortante e é utilizado na prática de empinar pipas com a intenção de cortar as linhas de outros “empinadores”. O gerente clínico do HVU, Cláudio Yudi pediu que os pais orientem os filhos sobre os perigos desse tipo de material, tanto aos animais quanto aos humanos.

“Algumas aves, animais resgatados e atendidos por médicos veterinários do HVU podem retornar à natureza, contudo, no caso de gravidade das lesões e mutilações graves, principalmente nas asas, isso impede que essas aves sejam reabilitadas e devolvidas ao bioma cerrado”, finalizou.

Fonte: G1

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