Na última semana, dois animais marinhos foram encontrados na beira da praia de Quintão em Palmares do Sul, no Litoral Norte. No domingo (31), Andréa Saraiva dos Santos, enquanto caminhava pela área de Rei do Peixe, avistou o corpo de um leão-marinho-sul-americano na areia.
Segundo Ignacio Moreno, professor do Centro de Estudos Costeiros, Limnológicos e Marinhos (Ceclimar) ligado à UFRGS, a presença da espécie é comum no litoral gaúcho, tendo maior incidência no período de inverno e primavera. Ele diz que é difícil analisar a causa da morte do animal a partir da foto registrada por Andréa, mas constata que a decomposição já está mais avançada.
O pesquisador ainda explica que em locais com menor movimentação, como é o caso desta praia, o melhor procedimento é manter o corpo do animal na areia.
“Se o local não tem alta movimentação e não prejudica banhistas, a dinâmica da praia dá conta da decomposição. Quanto mais mantiver esse equilíbrio, melhor. É importante para os outros animais e seres da praia se alimentarem “, esclarece.
Segundo informações da Gaúcha ZH, a orientação é para que as pessoas mantenham distância, a fim de evitar qualquer problema de saúde humana, já que o processo de decomposição leva alguns meses.
Infelizmente não foi o único caso, na tarde de sexta-feira, uma baleia-jubarte ficou presa na beira do mar, sete quilômetros ao sul do farol de Dunas Altas. Gilcimar de Jesus Amando, conhecido na região como Gilson Pescador, foi quem localizou o animal.
“Ela recém tinha chegado na praia. Se mexia e tentava sair. Tentamos puxar por cerca de uma hora, mas era muito pesada, não tinha como (…). O bichinho chorava, deu dó”, lamenta o pescador.
Conforme o professor Ignácio nos últimos anos, as baleias desta espécie estão cada vez mais presentes no Rio Grande do Sul. Há possibilidade de que este seja um filhote que tentava retornar para a Antártica e se perdeu.
O veterinário da equipe do Ceclimar Derek Blaese acompanha a situação no local , afirmou que, devido a piora no estado de saúde, a baleia de mais de 10 metros e cerca de 15 toneladas terá que ser submetida à eutanásia.