O governo da Austrália planeja investir 500 milhões de dólares australianos para recuperar e preservar a Grande Barreira de Corais, ameaçada pelas mudanças climáticas.
Um terço das espécies de corais do local morreram em um período de apenas nove meses em 2016, após uma onda de calor, segundo um estudo publicado na revista científica Nature. Uma epidemia de estrela-do-mar-coroa-de-espinhos também afetou o recife, que está localizado na costa do país e é considerado o maior ecossistema de corais do mundo.
O ministro do Meio Ambiente, Josh Frydenberg, afirmou à emissora local ABC que se trata do “maior investimento individual em restauração e gestão da história da Austrália”. O político explicou que o montante será usado para melhorar a qualidade da água, combater uma espécie de estrela-do-mar conhecida como coroa-de-espinhos, que se alimenta de corais, e ajudar a desenvolver novas espécies de corais mais resistentes a temperaturas mais quentes.
A Grande Barreira de Corais foi declarada Patrimônio Natural da Humanidade pela Unesco em 1981. Ela é a maior estrutura viva da Terra e conta com 2.300 quilômetros de extensão, o que supera o tamanho da Itália. Mais da metade das espécies de corais conhecidas fazem parte do recife, junto de mais de 1,5 mil espécies de peixes e 4 mil de moluscos, e de animais ameaçados de extinção, como o mamífero dugongo e a grande tartaruga-verde marinha.
O recife está ameaçado por um efeito conhecido como branqueamento, causado principalmente por mudanças climáticas, que fazem com que a temperatura da água e a acidificação do oceano aumenta, causando danos catastróficos aos corais. As informações são do portal UOL.
O investimento anunciado pelo governo faz parte de um orçamento que deve ser revelado na próxima semana. Parte dos gastos terá como foco uma ação para convencer agricultores a reduzirem a quantidade de substâncias nocivas, como sedimentos e pesticidas, que agridem a Grande Barreira, segundo Frydenberg.
De acordo com o ministro, o recife é responsável por aproximadamente 64 mil empregos, vale mais de 6 bilhões de dólares australianos à economia do país e atrai mais de 2 milhões de turistas anualmente.
“É um ícone natural nacional e internacional, e é por isso que estamos tão determinados em salvá-lo e preservá-lo para as gerações futuras”, afirmou o político.