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ESPÉCIE EM RISCO

Aumenta o número de macacos bugios que estão morrendo por causa do calor no México

Entretanto, muitos deles estão sendo salvos por biólogos, voluntários e veterinários

4 de junho de 2024
Júlia Zanluchi
2 min. de leitura
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Foto: Charles J Sharp | Wikimedia Commons

O número de macacos bugios que morreram de calor em Tabasco, no México, subiu para 165 de acordo com a última atualização dos biólogos que trabalham na área. Voluntários, especialistas e veterinários estão fazendo de tudo para ajudá-los e evitar suas mortes.

O bugio é uma espécie em perigo de extinção no México. De acordo com a organização Conservação da Biodiversidade do Usumacinta (Cobius), antes do início da onda de calor em março restavam apenas cerca de 1.200 animais dessa espécie na região, dos quais 15% morreram no mês de maio.

Apesar de alguns negacionistas duvidarem do verdadeiro motivo das mortes dos macacos, um grupo de biólogos realizou autópsias nos animais falecidos e até agora não encontrou outra explicação além do calor.

As temperaturas em Tabasco estão tão altas que existe uma cidade chamada Tierra Blanca que foi apelidada de “A noiva do sol”, onde o termômetro já atingiu 50°C e até vacas já morreram de calor. Além disso, começaram a ser relatadas mortes de peixes no estado.

A situação dos bugios é tão preocupante que voluntários criaram um grupo de WhatsApp chamado “Los Monitos”, onde se organizam para ajudar e hidratar os macacos da região. A Cobius e a Defesa Civil também trabalham para tentar salvar os animais, mas eles alegam que precisam de mais ajuda.

Os resgates e tratamentos estão sendo realizados na ‘Unidade de Cuidados de Primatas Cunduacán’, um estádio de futebol que se tornou um hospital improvisado. Desde que começou a emergência com os macacos que caíam mortos das árvores, o hospital foi montado por um grupo de biólogos e veterinários da Cobius, onde tentam reidratar e salvar a vida dos bugios que Los Monitos resgatam.

O biólogo Gilberto Pozo Montuy, presidente da Cobius, explicou em entrevista para o El País a precariedade que eles têm para salvar os bugios, tendo que dobrar turnos e pedir doações de leite em pó e soro para manter os primatas vivos. Entretanto, ele contou que estão conseguindo salvar mais macacos do que eles estão morrendo, o que é uma ótima notícia.

Os voluntários pedem que a Comissão Nacional de Áreas Naturais Protegidas (Conanp), a Secretaria de Meio Ambiente e Recursos Naturais (Semarnat) e a Universidade Juárez Autônoma de Tabasco (UJAT) enviem mais pessoas e utensílios para auxiliar, mas afirmam que são ignorados.

“Somos nós sozinhos contra a extinção, contra a mudança climática. Nós sozinhos não vamos conseguir. Talvez possamos salvar os que estão mais próximos, mas não todos. Assim não”, diz Vicente, um dos voluntários.

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