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CRIME AMBIENTAL

Ativistas de direitos animais processam companhia ferroviária pela morte de ursos pardos

Animais da espécie estão morrendo em áreas onde deviam ser protegidos

28 de dezembro de 2023
Júlia Zanluchi
3 min. de leitura
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Foto: Ilustração | Freepik

Duas organizações dedicadas a proteção aos animais estão processando a Burlington Northern Santa Fe (BNSF), uma das maiores companhias ferroviárias dos Estados Unidos, pela morte de mais de 60 ursos pardos, espécie protegida pelo Estado, causadas direta ou indiretamente por trens em regiões sob responsabilidade da empresa. As mortes aconteceram no noroeste de Montana e no norte de Idaho.

As instituições WildEarth Guardians e Western Watersheds Project argumentam no processo movido no Tribunal Federal de Missoula que a Lei de Espécies Ameaçadas proíbe a Burlington Northern Santa Fe e sua subsidiária, BNSF Railway Company, de continuar colocando os ursos pardos em risco.

Os grupos alegam que, entre 2008 e 2018, trens nas ferrovias da BNSF mataram ou contribuíram para as mortes de aproximadamente 52 ursos que estavam em áreas de recuperação de ecossistema e animais. A reclamação alega ainda que outros 11 ursos foram mortos por trens entre 2019 e 2023, incluindo oito ursos que morreram em ferrovias operadas pela BNSF ou próximos a elas em 2019, e outros três que faleceram durante um período de duas semanas durante o outono norte-americano deste ano.

O Serviço de Pesca e Vida Selvagem dos EUA, agência federal encarregada de gerenciar espécies ameaçadas e em perigo, não concluiu a avaliação das licenças de incidentes, que isenta acidentes envolvendo animais desde que seja provada a falta de intenção em causa-lo, que a BNSF propôs em 2004, 2020 e 2023. A instituição também não finalizou o plano de conservação de habitat proposto pela empresa para mitigar as mortes de ursos, fazendo alterações em suas operações e contribuindo com medidas de sustentabilidade.

A Burlington Northern Santa Fe alega que tem trabalhado de perto com instituições de proteger a espécie desde a década de 1990. A porta-voz da BNSF, Lena Kent, diz que a empresa já adotou medidas para reduzir as mortes regionais de ursos pardos, como estabelecer protocolos de coleta de grãos e carcaças, para não atrair os animais para as ferrovias, e pagar por lixeiras à prova de ursos e programas de conscientização sobre a espécie. “O objetivo da BNSF é reduzir a mortalidade desses ursos e manter a conformidade com a Lei de Espécies Ameaçadas”, escreveu Kent.

O porta-voz do Serviço de Pesca e Vida Selvagem dos EUA, Joseph Szuszwalak, escreveu em um e-mail para o Montana Free Press, responsável pelas informações, dizendo que a agência espera emitir uma decisão final sobre o plano de conservação de habitat da BNSF no início de 2024.

Os grupos ambientais argumentam que existem opções disponíveis para a BNSF reduzir a frequência que acontecem as mortes de ursos pardos atingidos pelos trens, como operar trens em velocidades mais baixas, usar dispositivos sonoros para alertar a vida selvagem, manter atrativos como grãos e carcaças longe da ferrovia e usar tapetes eletrificados para evitar que os ursos entrem em pontes. Eles pedem ainda que o juiz federal considere as atitudes da Burlington Northern Santa Fe uma violação da Lei de Espécies Ameaçadas e ordene à empresa que pare de matar os animais.

Em um comunicado para a imprensa sobre o processo, Lizzy Pennock, da WildEarth Guardians, disse que a BNSF recebeu bandeira branca para operar trens nesses locais. “Chega. A BNSF deve ser responsabilizada pelas dezenas de ursos protegidos federalmente que já matou e pelas dezenas mais que previsivelmente matará caso a empresa se recuse a mudar”, disse Pennock.

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