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Ativistas conseguem fechar zoológico na Indonésia

30 de junho de 2014
4 min. de leitura
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(da Redação)

Foto: Care2
Foto: Care2

No Zoológico de Palembang, dezenas de animais selvagens dormem em um chão imundo, sem imaginar seu resgate iminente. Defensores de bem-estar animal conseguiram uma oportunidade e estão contando os dias para salvar cada animal deste zoológico, onde seres quase sem vida definham em jaulas frias, frequentemente sem água para beber ou mesmo sem o contato com um simples tronco de árvore.

Após anos de extrema privação, algumas pessoas imaginam que seja muito tarde para despertar esses selvagens de seu estado sombrio. Mas os resgatadores estão prevendo uma impressionante transformação quando os animais forem movidos para novos lares com habitats destinados a alimentar seus corpos e almas. As informações são da Care2.

O fechamento desse zoológico é um evento raro, em contraste com os incontáveis zoológicos em ruínas que operam em todo o mundo, inclusive havendo um outro estabelecimento em condições miseráveis na própria Indonésia, conhecido como “zoológico da morte”, conforme publicado pela ANDA.

Urso magro anda de um lado para o outro em jaula pequena e suja. Foto: Care2
Urso magro anda de um lado para o outro em jaula pequena e suja (Foto: Care2)

Mas, nesse caso, graças ao trabalho dos ativistas e de uma ação determinada pelas autoridades indonésias, as portas serão abertas para essa operação de resgate em massa. Jenny Desmond, uma resgatadora de longa data que trabalha como diretora de projetos internacionais para a organização Harmony Fund, inspecionou o local recentemente e está ansiosa para libertar os animais.

“Nada poderia ter me preparado para o que eu vi no Zoológico de Palembang”, explica Jenny, que representa a Harmony Fund em um esforço colaborativo com o Ministério de Florestas da Indonésia, com o Centro de Proteção ao Orangotango (COP) e a Animals Indonesia (AI). “Eu vi gibões, os maiores acrobatas de todos os tempos, esparramados no chão de seus recintos de confinamento sem nenhum lugar para se sentar, muito menos para subir ou escalar. Eu vi uma cobra com uma face estilhaçada, um cavalo tão magro que seus ossos eram como lâminas, e ursos sem garras andando de um lado para o outro. O que mais me tocou foi a ausência de água para os animais beberem. Os donos desse zoológico se importam tão pouco que não se incomodaram em fornecer a satisfação da mais básica de todas as necessidades. Meu coração ficou partido naquele dia, mas somente por um momento”.

“Em cada jaula, eu parei e olhei nos olhos desses indivíduos que foram tão enganados pelos seres humanos, e fiz uma promessa de que eu iria voltar”, conta Jenny.

Gibão vive em jaula árida sem nada para fazer, sem procurar comida, sem poder escalar, e até mesmo sem água. Foto: Care2
Gibão vive em jaula árida sem nada para fazer, sem procurar comida, sem poder escalar, e até mesmo sem água (Foto: Care2)

No ano passado, o orangotango e o tigre que viviam no zoológico morreram em suas jaulas vazias. E embora os resgatadores tenham temporariamente assegurado água e comida para os animais todos os dias, permanece ali um senso de urgência e a real ameaça de haver uma sucessão de mortes se os animais não forem levados de volta à segurança rapidamente.

ONG prepara operação de resgate

As autoridades da Indonésia acabaram de assinar um memorando de entendimento pedindo o fechamento imediato do zoológico e a compra de terra para um novo centro de resgate que não só irá atender aos animais que estão nesse zoológico hoje como também irá se tornar um posto de reabilitação para futuros animais confiscados de traficantes de vida selvagem.

Estando entre os países de maior biodiversidade do planeta, a Indonésia também é o quarto país em população humana no mundo. Conforme a região se desenvolve economicamente, os perigos à vida selvagem enfrentam uma escalada dramática, o que confere à ilha o status de lar do maior número de espécies de mamíferos e pássaros internacionalmente ameaçadas.

Uma iniciativa esperançosa está em andamento para levantar fundos que possam prover atendimento veterinário, medicamentos, alimentação e toda a estrutura para as vítimas do zoológico. Para saber mais ou também ajudar, clique aqui.

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