O militante ecologista neo-zelandês, Peter Bethune, foi expulso, hoje (9), do Japão, depois de ter sido julgado e condenado a dois anos de prisão com pena suspensa por ter obstruído a caça às baleia por navios japoneses no Antártico.
“Peter Bethune embarcou hoje num avião da Air New Zealand, que deixou o aeroporto internacional de Tóquio-Narita com destino a Auckland”, disse a jornalistas um porta-voz do aeroporto.
Bethune, de 45 anos, foi acusado, em fevereiro do ano passado, de ter ferido um marinheiro japonês atirando-lhe ácido butírico (componente orgânico da manteiga rançosa), durante uma ação de protesto contra a caça à baleia, realizada pela organização ambientalista Sea Shepherd, com sede nos Estados Unidos.
Na mesma época, o ativista também foi acusado de subir a bordo do baleeiro Shonan Maru 2, a fim de protestar contra o naufrágio do trimaran da Sea Shepherd, Ady Gil, atingido em janeiro por navio japonês.
Bethune confessou a agressão com o ácido butírico, mas negou a acusação sobre “golpes e ferimentos”. Declarou-se também culpado de outras quatro acusações: entrave à atividades comerciais, violação de propriedade privada, destruição de bens alheios e porte ilegal de arma.
O Japão permite a caça às baleia, o que resulta em centenas de mortes por ano. O país alega que trata-se de uma atividade de “investigação científica”, prática tolerada pela Comissão Baleeira Internacional de acordo com a moratória contra a caça comercial de cetáceos.
A pedido das autoridades japonesas, a Interpol emitiu um mandado de captura internacional contra o fundador e presidente da Sea Shepherd, Paul Watson, acusado pelo Japão de pôr em risco a vida de marinheiros japoneses ao tentar interceder as atividades dos navios baleeiros japoneses.
A Sea Shepherd tem como principal lema a “ação agressiva, mas não violenta” como forma de protesto contra a caça às baleias, tornando notória pelas manobras espetaculares das suas embarcações destinadas a impedir que baleias sejam capturadas.
Com informações da Lusa