“Chico veio acrescentar vida onde não tinha”, é assim que a jornalista Noêmia Mello se refere ao cachorro que adotou há três anos, durante uma depressão. Foi depois de uma grande decepção amorosa que Noêmia seguiu a dica de uma amiga e decidiu adotar um animal.
“Uma médica amiga minha viu o cachorro doente na porta da Igreja de São Lázaro [em Salvador], mas não me disse. Ela me ligou e falou: ‘Tô com um negócio aqui para você’. Quando cheguei lá ela perguntou: ‘O que você achou desse cachorro?’. Ele me olhou abatido e me lambeu. ‘Fico com ele’, disse na hora”, lembra Noêmia.
Recuperação
Noêmia passou dos 62 Kg que pesava para 45 Kg durante o período em que esteve em depressão. Ela passava a maior parte do tempo na cama e não tinha ânimo para sair de casa. Chico, por sua vez, foi encontrado doente, chegando a ser desenganado por dois dos três veterinários que o atenderam.
“Eu parecia um zumbi, mas meu desejo era de ajudá-lo. No final, ele que ajudou, associo minha recuperação a Chico”, diz sem hesitar.
Construída na dor, a relação entre os amigos foi se fortalecendo com o passar do tempo. “Chico ficou bom e acabou sendo o ‘lord’ da casa, meu amigo. A pessoa que tenho assim, digo pessoa porque tenho ele como amigo, a ponto de antecipar o término de uma viagem que duraria 15 dias para uma semana por conta dele”, revela Noêmia.
Mordomias
O “nome de batismo”, como Noêmia diz, é Francisco Buarque de Holanda, uma homenagem ao músico autor de tantas canções que falam das relações de amor. Chico, como é carinhosamente chamado por todos, tem um tratamento diferenciado, digno dos bons amigos.
Noêmia conta que como viaja muito, três amigos têm a chave de sua casa para prestar assistência a Chico enquanto ela está fora. Na hora das refeições, Chico tem seu lugar à mesa, mas senta-se na cadeira. A comida também é preparada com todo cuidado.
Para dormir, Chico tem espaço especial na cama de Noêmia. “Eu tinha uma cama normal antes dele, estilo solteirão. Mas como tinha que cuidar dele [enquanto estava doente], eu comprei uma cama king size e colocava um pano para ele ficar em cima. Era para ser metade do espaço para cada um, mas quando olho ele já esta por cima das minhas pernas, muito espaçoso”, brinca.
O corte do pelo também é feito com capricho por Noêmia, que não deixa nenhum profissional tocar no amigo. “Eu não dou a ninguém, tosava antes, mas ele apareceu com pulga, aí parei”, observa.
A adoção sempre foi o caminho visto por Noêmia para ter um animal em casa e, no caso de Chico, a causa foi abraçada pelos amigos e familiares. “Tenho uma filha e uma neta, todos são loucos por Chico. Indico a qualquer pessoa que quiser ser feliz hoje a adotar um animal doméstico”, conclui a jornalista.
Fonte: G1