A ABAA (Associação Barrense Amigos dos Animais) está passando por uma série de dificuldades. Ativa desde outubro de 2011, ela cuida atualmente de 130 cães e precisa de dinheiro para compra de ração, medicamentos, gastos com os funcionários e o aluguel do espaço.
Segundo a presidente da ONG (Organização Não Governamental), Rosimere Matos da Silva, a instituição não possui parceria com ninguém.
– Hoje nós contamos apenas com a ajuda de voluntários, que infelizmente ainda são poucos, mas nos ajudam muito. A prefeitura está tentando nos ajudar mensalmente, inclusive já fizemos reuniões para resolver essa questão, mas nada foi decidido ainda – comentou.
De acordo com Rosimere, a ONG foi fundada depois que o espaço em sua casa começou a ficar pequeno para a quantidade de animais.
– Sempre cuidei de gatos e cachorros na minha casa, as pessoas sabiam que eu pegava para cuidar quando não tinha ninguém para ficar com o bichinho. Mas, como a procura foi ficando muito grande e o espaço aqui em casa foi ficando pequeno, fui orientada a abrir uma ONG. Dessa forma, seria um trabalho regularizado e eu teria um espaço melhor para cuidar dos bichos – explicou.
A organização funciona em um sítio alugado em Ipiabas, distrito da cidade. Atualmente, 70 cães moram no local enquanto aguardam adoção. Cerca de 50 ficam em um canil e o restante fica solto nas dependências. Além desses animais, outros 50 estão na casa da presidente da ONG, também aguardando para serem adotados.
– Os cachorros que ficam na minha casa são os de pequeno porte, filhotes e que necessitam de cuidados especiais. Nós contamos com o apoio de uma veterinária que presta toda a assistência para os animais, desde medicamentos até cirurgias – disse.
De acordo com Rosimere, o objetivo da organização é educar as pessoas contra o abandono de animais e conscientizar a adoção.
– Nosso objetivo é a educação, para evitar o abandono e os maus-tratos, esterilizando os bichos e denunciando os casos. Nesse ponto contamos muito com a parceria da Secretaria do Meio Ambiente e da Guarda Municipal, que sempre nos apoia quando temos que ir recolher um animal ou fazer uma denúncia. Muitas vezes o órgão até nos acompanha nessas vistorias – elogiou.
Em dezembro do ano passado foi realizada uma feira de adoção de cães e gatos em parceria com a prefeitura.
– A feira foi um sucesso. Nós levamos para a adoção 36 animais e todos saíram com um lar. Por isso, estamos com mais uma feira em vista. No dia 25 de março vamos voltar à Praça Nilo Peçanha, no Centro, para mais uma edição do projeto. Dessa vez, nosso objetivo é levar cerca de cinquenta animais, entre cães e gatos – comentou.
Rosimere ressalta que, depois da adoção, a família passa novamente por uma vistoria para saber se o animal está recebendo os cuidados necessários.
– Depois que o animal é adotado nós voltamos à casa da pessoa para saber se o bichinho está sendo bem tratado, recebendo alimentação necessária e um lar com amor. Depois da feira recolhemos apenas dois cachorrinhos, um por maus-tratos e o outro porque a família estava sem condição de ficar com ele – salientou.
Apesar dos problemas enfrentados financeiramente, a ONG segue com seus trabalhos em proteção aos animais.
– Hoje nossa dívida está em torno de R$ 10 mil. Mesmo com todos esses problemas, nós continuamos. O amor pelos animais é maior, e graças a Deus encontramos pessoas muito boas e que têm nos ajudado como pode. Alguns ajudam doando ração, e outros auxiliam fornecendo remédios ou material de limpeza. Existem pessoas que se preocupam com os animais e sabem que eles precisam ficar aqui até encontrar um lar, que é o nosso principal objetivo – conta.
Quem quiser ser um voluntário da ONG deve entrar em contato pelos telefones (24) 2443-7018 ou 2442- 3794. A organização funciona na Rua Aloísio Trindade Moura, número 472, em Ipiabas. Para agendar visitas ao local é preciso entrar em contato com os telefones citados na reportagem.
Prefeitura reconhece a carência da ONG
Segundo o diretor do Departamento de Gestão de Controle do Animal Urbano da Secretaria do Meio Ambiente, Wilcker Camargo, a prefeitura de Barra do Piraí tem conhecimento da carência da ONG em relação a verbas. Segundo ele, é intenção do governo municipal ajudar a organização financeiramente ou através de doações.
Projetos sobre o assunto, inclusive, já foram discutidos com os órgãos competentes.
– Nós estamos cientes que a ONG precisa de ajuda e estamos estudando uma forma de poder ajudar financeiramente. Entretanto, esse é um assunto que precisa ser discutido para que nós possamos avaliar quais são as principais necessidades da organização – falou.
Já sobre a feirinha de animais, Wilcker conta que é uma parceria da prefeitura com a ONG.
– Sabemos que o trabalho da Rosimere é sério, por isso resolvemos montar a feirinha de doação de animais junto com ela. Como foi um sucesso na primeira edição, vamos repetir a dose mais uma vez – disse.
Sobre o projeto Bem Estar Animal, Wilcker – que também é coordenador do programa – afirma que o principal objetivo da iniciativa é controlar de forma humanitária a população de animais abandonados no município.
– Trabalhamos em quatro pontos importantes. A origem desses animais – ou seja, porque eles estão abandonados -, a educação, ressocialização (adoção) e a castração, que ainda está em fase de implantação. Hoje o departamento combate o abandono e os maus-tratos, além de promover a adoção e castração dos animais abandonados. O desafio para os próximos anos é mudar fundamentalmente o pensamento da população em relação aos seus animais e os que estão nas vias. Precisamos ajudá-las a entender que a guarda responsável de animais, obtida por meio da educação, é fundamental para a redução do ciclo crescente da população animal nas ruas – finalizou.
Fonte: Diário do Vale