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DIREITOS ANIMAIS

Câmara discute PL que considera animais não humanos como sujeitos de direitos

O objetivo fundamental do projeto é reconhecer que os animais não humanos possuem natureza biológica e emocional, sendo seres sencientes, ou seja, passíveis de sofrimento

15 de outubro de 2021
Amanda Andrade | Redação ANDA
2 min. de leitura
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Projeto busca reconhecer que animais não humanos são seres sencientes – Foto: Breno Esaki/Agência Saúde DF

A Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável da Câmara dos Deputados discute nesta sexta-feira (15), às 9h, a proposta que considera os animais não humanos como sujeitos de direitos despersonificados, passíveis de tutela jurisdicional em caso de violação.

O Projeto de Lei 6054/19, de autoria do deputado Ricardo Izar (PP-SP), veda o tratamento de animais como coisa.

Atualmente, o Código Civil estabelece apenas duas categorias jurídicas: pessoas e coisas, classificando os animais como meras coisas.

O objetivo fundamental do projeto é reconhecer que os animais não humanos possuem natureza biológica e emocional, sendo seres sencientes, ou seja, passíveis de sofrimento.

Projeto favorece animais domésticos

A proposta já foi aprovada pela Câmara em 2017, mas foi alterada no Senado e agora aguarda votação na Comissão de Meio Ambiente.

A emenda aprovada pelos senadores é focada apenas em animais domésticos e não animais explorados pela pecuária, como bois, vacas e porcos, que passam por intenso sofrimento.

Além disso, a emenda abre brechas para a manutenção de práticas cruéis para entretenimento humano, como a vaquejada.

O texto da proposta de lei afirma que a tutela jurisdicional proposta aos animais “não se aplica ao uso e à disposição dos animais empregados na produção agropecuária e na pesquisa científica nem aos animais que participam de manifestações culturais registradas como bens de natureza imaterial integrantes do patrimônio cultural brasileiro, resguardada a sua dignidade”.

A audiência pública foi sugerida por Ricardo Izar. Segundo ele, é de “extrema importância” que a sociedade civil participe através de seus representantes eleitos da discussão sobre a pertinência ou não da emenda do Senado.

Debatedores

Para discutir o assunto com os parlamentares nesta sexta-feira (15), foram convidados a ativista Luisa Mell; o presidente da Comissão Nacional de Proteção e Defesa dos Animais da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Reynado Velloso; o representante da Federação Brasileira de Adestradores de Animais (FBAA), Ubiratan Rabadan; assessor técnico jurídico e de relações institucionais do Conselho Federal de Medicina Veterinária, Rodrigo Montezuma e o presidente da Comissão de Assuntos Tributários e do Agronegócio da Associação Nacional de Defesa dos Agricultores, Pecuaristas e Produtores da Terra (Andaterra), Jeferson da Rocha.

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