As temperaturas de janeiro atingiram o nível mais alto de todos os tempos em vários países da Europa.
Recordes nacionais foram batidos em oito países — e recordes regionais em outros três.
Varsóvia, capital da Polônia, registrou 18,9°C no domingo (1°/1), enquanto a temperatura na cidade de Bilbao, norte da Espanha, chegou a 25,1°C — mais de 10°C acima da média.
O clima ameno é observado na Europa, enquanto a América do Norte enfrenta fortes tempestades, dias depois de uma onda de frio mortal no inverno ter deixado mais de 60 mortos.
Neve pesada e chuva congelante estão previstas para regiões ao norte do Meio Oeste, enquanto fortes tempestades e tornados são esperados nos Estados do Texas, Oklahoma, Arkansas e da Louisiana.
Mas, no lado europeu do Atlântico, o clima tem sido ameno em muitos lugares neste início de ano.
As temperaturas em Holanda, Liechtenstein, Lituânia, Letônia, República Tcheca, Polônia, Dinamarca e Belarus bateram recordes nacionais.
Os recordes regionais foram quebrados na Alemanha, França e Ucrânia.
A temperatura alcançada em Varsóvia em 1º de janeiro foi 4°C superior ao recorde registrado previamente para o mês; e o recorde alcançado em Belarus foi de 16,4°C — cerca de 4,5°C acima do anterior.
Na Espanha, as temperaturas no primeiro dia do ano em Bilbao foram equivalentes à média de julho, e partes da Catalunha, incluindo Barcelona, estão sujeitas a restrições no uso da água.
Recordes são quebrados o tempo todo, mas é incomum que a diferença seja superior a alguns décimos de grau.
Na Suíça, as temperaturas atingiram 20°C, e o clima quente afetou as estações de esqui nos Alpes, que sofreram escassez de neve.
Mas não está quente em todo lugar na Europa — há previsão de frio e neve em partes da Escandinávia e Moscou, onde as temperaturas devem cair para -20°C no fim de semana.
Apenas alguns dias antes, Reino Unido, Irlanda, França e Espanha declararam 2022 como o ano mais quente já registrado.
No Reino Unido, todos os meses, exceto dezembro, foram mais quentes que a média. Em dezembro, nevou em grande parte do país, embora as condições sejam mais amenas e úmidas agora.
Em entrevista ao jornal britânico The Guardian, o meteorologista Scott Duncan afirmou que as causas da série de recordes eram difíceis de determinar, com o fenômeno climático La Niña e o calor anômalo nas superfícies do mar desempenhando um papel importante.
“Nossa atmosfera e oceanos aquecidos estão tornando os recordes mais fáceis de quebrar”, declarou Duncan à publicação.
As ondas de calor se tornaram mais frequentes, mais intensas e mais longas por causa das mudanças climáticas induzidas pelo homem.
Mas fenômenos como esses no inverno não têm o mesmo impacto humano que as ondas de calor do verão, que podem resultar em um grande número de mortes.
O mundo já esquentou cerca de 1,1°C desde o início da era industrial, e as temperaturas continuarão subindo, a menos que os governos de todo o mundo reduzam drasticamente suas emissões de gases causadores do efeito estufa.
Fonte: BBC