Por Jorge Marin
Um estudo realizado por pesquisadores da Universidade de Monash, na Austrália, revelou que apenas 0,18% da área do planeta Terra tem ar adequado, com níveis de poluição considerados seguros pela OMS (Organização Mundial da Saúde).
Segundo dados da pesquisa, somente 0,001% da população mundial vive nessas áreas com o ar mais limpo.
Para chegar aos resultados, os cientistas compilaram dados da concentração de partículas do tipo PM2,5 no ar — este é o nome dado aos fragmentos de poluição suspensos no ar com um diâmetro de até 2,5 micrômetros, provenientes da queima de combustíveis fósseis em veículos, usinas e aquecimento residencial, por exemplo. Por serem tão pequenos, eles entram facilmente nos pulmões e podem causar problemas à saúde humana.
Embora esse fator seja um dos principais responsáveis pela carga de doenças e mortalidade no mundo, diz a pesquisa, “poucos estudos forneceram as variações espaço-temporais globais das concentrações diárias de PM2,5 nas últimas décadas”. Usando a técnica de aprendizado de máquina DEML, os autores compilaram medições terrestres dessas partículas em 5.446 estações de monitoramento de 65 países em todo o mundo.
O artigo que descreve o estudo foi publicado neste mês na revista científica The Lancet Planetary Health.
Quais as principais descobertas do estudo?
De acordo com o pesquisador-líder do projeto e professor da Monash, Yuming Guo, a abordagem estimou “as concentrações diárias globais de PM2,5 no nível da superfície em uma alta resolução espacial de aproximadamente 10 km × 10 km para células da grade global em 2000-2019, focando em áreas acima de 15 µg/m³ [microgramas por metro cúbico], que é considerado o limite seguro pela OMS”.
Os resultados mostraram que, globalmente, em 175 países, a concentração média anual ponderada de PM2,5 na população para o período de 2000–19 foi estimada em 32,8 µg/m3. O uso da equação da OMS resultou em um domínio de problemas (DP) igual a 0,6. Isso significa que a qualidade do ar está abaixo do limite recomendados pela OMS, com potencial para afetar a saúde das pessoas, principalmente as mais sensíveis à poluição.
As maiores concentrações de PM2,5 foram verificadas nas regiões da Ásia Oriental (50,0 µg/m3) e Sul da Ásia (37,2 µg/m3), seguidas pelo norte da África (30,1 µg/m3).
Fonte Tecmundo