“A espécie pode desaparecer”, afirmou Celine Le Bohec, coautora da pesquisa e cientista da University of Strasbour, à Agence France Presse.
O pinguim-rei é uma das diversas espécies ameaçadas de pinguins na Antártida. Pesquisas anteriores concluíram que outras espécies – como o imperador, Adelie e chinstrap – também correm risco de extinção ou queda severa de população em decorrência das mudanças climáticas.
Isso ocorre porque, conforme oceanos se aquecem, os alimentos favoritos dos pinguins, que são os peixes – se movem para o sul em direção a águas mais frescas, distantes dos habitats dos pinguins.
O pinguim-rei, a segunda maior espécie de pinguim, vive principalmente em pequenas ilhas em torno do principal continente antártico. Quando os peixes se afastam da região, as mães pinguins precisam nadar mais para localizar comida, enquanto seus filhotes aguardam em jejum, revela o USA Today.
Este estudo prevê que, para a maioria das colônias, a duração das viagens dos pais para encontrar alimento é tão grande que os filhotes morrem de inanição.
O mais problemático é que os pinguins não podem se movimentar com o peixe. “A principal questão é que existe apenas um grupo de ilhas no Oceano do Sul e nem todas elas são apropriadas para sustentar grandes colônias de reprodução”, disse o co-autor do estudo, Robin Cristofari, também da University of Strasbour.
Tendo em vista a queima de combustíveis fósseis, como o gás, o petróleo e o carvão, a atmosfera da Terra e os oceanos esquentam a níveis que não podem ser explicados pela variabilidade natural.
Agora, pela primeira vez na história dos pinguins, essas atividades humanas aceleram essas mudanças provavelmente irreversíveis no sistema terrestre.
A parte da Antártida onde os pinguins-rei vivem é “um dos ecossistemas mais rapidamente transformados do nosso planeta”, diz o estudo publicado no jornal britânico Nature Climate Change.