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ESPÉCIE AMEAÇADA

Aproximadamente 100 milhões de tubarões são mortos por ano

Pesca, captura acidental e mudanças em seu habitat são as principais causas

5 de abril de 2024
Júlia Zanluchi
3 min. de leitura
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Foto: Diego Delso | Wikimedia Commons

As populações de tubarões ao redor do mundo estão cada vez mais vulneráveis. O estudo mais recente sobre o assunto é de 2013 e sugere que cerca de 100 milhões de tubarões são mortos anualmente. Essa estimativa, embora conservadora, desenha um quadro sombrio da intensa pressão que as espécies de tubarões enfrentam, em grande parte devido às atividades humanas, como a pesca comercial e a captura incidental.

Diversas espécies de tubarões estão em risco, com algumas sendo capturadas por suas barbatanas, carne, óleo e outros subprodutos. A extensão dessas práticas mostra que, em todo o mundo, as populações desses animais estão sendo reduzidas a taxas que podem ameaçar sua sobrevivência.

Principais causas das mortes

Devido ao fato de habitarem uma ampla variedade de espaços oceânicos, eles são fortemente impactados por muitas atividades em todo o mundo. De acordo com um estudo publicado na revista Nature, as populações de tubarões caíram 71% entre 1970 e 2018.

Os tubarões são ativamente pescados do oceano devido ao fato de haver um mercado para sua carne e barbatanas. A pesca é a maior ameaça à esses animais em todo o mundo. Suas barbatanas são usadas principalmente para fazer sopa, um prato de luxo em algumas culturas. Para obtê-las o pescador remove elas de um tubarão, muitas vezes enquanto ele ainda está vivo, e descarta o resto do animal no mar, causando muito sofrimento.

Além de serem procurados por sua carne, os tubarões também são vítimas da “captura acidental”, que se refere a espécies não intencionadas pescadas do oceano. Estima-se que cerca de 50 milhões deles são mortos por ano como resultado da captura incidental. Esses animais muitas vezes são capturados nas redes de pesca devido ao fato de se alimentarem dos peixes capturados pelos humanos, por isso eles tendem a estar próximos aos barcos de pesca que usam práticas destrutivas como a pesca de arrasto no fundo do mar.

As mudanças climáticas também ameaçam o seu habitat. Poluição, a crise climática e a destruição do habitat podem perturbar os ecossistemas frágeis onde os tubarões desempenham papéis cruciais. Essas mudanças ambientais podem afetar diretamente a disponibilidade de espécies de presas e áreas de reprodução, resultando em mais pressão sobre as populações.

O papel da mídia na nossa percepção sobre esses animais

A representação negativa dos tubarões em filmes significa que o destino sofrido por eles nas mãos dos humanos muitas vezes pode passar despercebido, com as pessoas não se importando com o tratamento desses “predadores assustadores”. Relatos sensacionalistas podem amplificar o medo público, retratando os tubarões como predadores implacáveis.

Na realidade, há relativamente poucos reações de tubarões a humanos a cada ano. O número desses encontros é minúsculo em comparação com o número de tubarões mortos por humanos.

De acordo com o Arquivo Internacional de Ataques de Tubarões (ISAF), gerenciado pelo Museu de História Natural da Flórida, encontros humanos com tubarões ocorrem, mas são relativamente raros. Os dados mostram uma flutuação anual nos números de reações de tubarões em várias regiões, incluindo Austrália, EUA (notavelmente Califórnia e Flórida), Nova Zelândia e Bahamas.

Em 2020, por exemplo, foram registrados 54 reações somando todos esses locais e uma minoria deles levou à morte do ser humano. As pessoas têm uma chance em 3,7 milhões de serem atacados por um tubarão.

Proteção para os tubarões

Dado que uma porcentagem significativa dos tubarões capturados já está em risco, é crucial que eles recebam mais proteções. Embora existam algumas iniciativas para ajudar a proteger os tubarões, estas estão cada vez mais se mostrando inadequadas diante de uma indústria pesqueira fora de controle e muitas vezes minimamente regulamentada.

Para proteger os tubarões, a melhor coisa que a maioria dos humanos pode fazer é parar de comer peixe, minimizando assim sua contribuição para a destruição de nossos oceanos e a extinção das populações desses animais.

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