A Comissão de Meio Ambiente, Defesa dos Animais e Política Urbana da Câmara Municipal de Belo Horizonte agendou visitas técnicas ao Zoológico da capital para fiscalizar o cumprimento das normas e condições previstas para garantir o bem-estar, manejo adequado e atendimento veterinário no equipamento. As inspeções acontecem após as mortes da chimpanzé Kelly e da leoa-branca Pretória, ocorridas em dois dias consecutivos. Em reunião do colegiado nessa segunda-feira (17/11), os parlamentares também aprovaram dois pedidos de informações à Prefeitura de Belo Horizonte e outros órgãos pertinentes.
As visitas técnicas foram agendadas para os dias 27 de novembro e 11 de dezembro. A primeira fiscalização foi solicitada pelos vereadores Sargento Jalyson (PL) e Osvaldo Lopes (Republicanos), que pretendem verificar se a gestão do equipamento pela Fundação de Parques Municipais e Zoobotânica vem sendo conduzida com observância aos critérios de responsabilidade, técnica adequada e zelo pela vida dos animais.
De acordo com informações da Câmara Municipal, os parlamentares pretendem verificar in loco a estrutura e as circunstâncias atuais, as normas e os procedimentos adotados em relação às mortes recentes dos animais.
Já a segunda vistoria, a ser realizada em dezembro, foi solicitada pelo presidente da Comissão de Meio Ambiente, Wanderley Porto (PRD). O vereador pretende averiguar o cumprimento das normas e a qualidade do atendimento prestado no Centro Veterinário do Zoológico.
O colegiado irá convidar gestores da Fundação de Parques Municipais, da Secretaria Municipal de Meio Ambiente, da Subsecretaria de Bem-Estar Animal e da Administração Regional Pampulha para acompanharem as visitas técnicas.
Conforme noticiado por O TEMPO, o Zoológico de Belo Horizonte perdeu mais animais do que recebeu por nascimentos ou transferências nos últimos cinco anos. Desde 2021, 272 animais morreram, enquanto 150 foram incorporados ao plantel do parque, um déficit de 122 animais.
Pedidos de informações
Além das visitas, os parlamentares também pediram mais informações sobre os óbitos de animais no Zoológico de Belo Horizonte nos últimos 24 meses e sobre a política de cuidados com os animais. O requerimento é assinado pelos vereadores Pedro Patrus (PT), Dr. Bruno Pedralva (PT) e Luiza Dulci (PT). De acordo com a Câmara Municipal, Luiza explicou que o questionamento partiu do setorial de direitos dos animais do Partido dos Trabalhadores, que solicitou à bancada para apurar quais são os protocolos de manejo, saúde e bem-estar animal em vigor no município.
A prefeitura terá 30 dias para enviar a lista detalhada com as espécies, datas e causas de cada óbito; se há supervisão técnica e veterinária permanente no local, quantos profissionais atuam no cuidado direto aos animais e qual a carga horária de trabalho; e as medidas adotadas pela gestão para reduzir a mortalidade animal e garantir condições dignas de vida após a divulgação dos altos índices de mortes.
Outro pedido de informação quer esclarecimentos sobre a condição clínica, manejo e acompanhamento comportamental da onça-pintada Maya, atualmente sob cuidados do Zoológico de Belo Horizonte. A solicitação é da vereadora Janaina Cardoso (União), que diz ter sido procurada por um cidadão que queria saber o estado da onça. O temor da parlamentar, segundo a Câmara Municipal, é de que o animal estaria morto sem que o óbito tivesse sido noticiado.
Fonte: O Tempo