A China estará em festa neste domingo: é o início do Ano do Tigre. Os festejos pela entrada de um novo ano lunar contrastam com dados alarmantes sobre o animal. Enquanto a astrologia indica um período de busca do sucesso e briga por poder, as previsões não são nada boas para o futuro do animal. Com a ação dos seres humanos, de nada adiantou estar no topo da cadeia alimentar do mundo animal.
Os pouco menos de 50 espécimes que ainda vivem na natureza, no país, podem desaparecer em três décadas, de acordo com o WWF (World Wildlife Fund). No mundo, são 3,2 mil Panthera tigris em liberdade. Há um século, eram 100 mil. Em janeiro, a organização internacional divulgou uma lista dos animais em maior risco de extinção, com o tigre na primeira posição.
A ameaça se deve à perda de habitat, crescimento econômico e caça – algumas partes dos corpos são usadas na medicina tradicional asiática e as peles são altamente cobiçadas no mercado clandestino – um pedaço pode valer US$ 20 mil. Na questão ambiental, os problemas são o desmatamento e o aumento do nível do mar, que ameaça os manguezais, habitat da espécie na Índia e em Bangladesh. A distribuição territorial da espécie diminuiu em 40% nos últimos dez anos no mundo, o que faz com que os tigres ocupem menos de 7% do território originalmente ocupado.
Para frear o declínio, 12 nações do continente e a Rússia comprometeram-se em dobrar a população de tigres na natureza até 2022, reprimir a caça ilegal e proibir a construção de estradas e pontes que possam prejudicar o habitat dos felinos.
A declaração adotada, entretanto, não inclui mais verba para financiar as ações de preservação. Em setembro, a cidade de Vladivostok, na Rússia, vai sediar uma conferência sobre tigres, e a expectativa é de que ela seja comandada pelo primeiro-ministro russo, Vladimir Putin, e pelo presidente do Banco Mundial, Robert Zoellick.