Por Renata Takahashi (da Redação)
A abertura de um concurso de licitação para os serviços de jardinagem, limpeza e manutenção no zoológico de Barcelona deu margem a uma série de discussões. Os encarregados pela administração do parque, Barcelona de Serveis Municipals (B:SM), são acusados de querer mudar o modelo de gestão por ter incluído serviço de manutenção no edital – que até hoje estava a cargo de seis trabalhadores da empresa. Uma comissão também aproveitou para denunciar deficiência na construção em instalações novas ou remodeladas, críticas reforçadas pelos protetores e ativistas pelos direitos animais. Os responsáveis pelo zoo vinculam as queixas a um conflito estritamente profissional, e asseguram que muitos dos problemas denunciados já foram resolvidos. As informações são do jornal La Vanguardia.
A comissão se queixa de infiltrações de água, paredes com pintura que descasca, e novos sistemas automatizados que jamais funcionaram – como fechaduras e irrigação.
Entre as zonas afetadas, se encontra o “Punto Verde”, a instalação dos Muntiacus, um gênero da família Cervidae, pertencente ao complexo “Tierra de Dragones”, o novo telhado do recinto onde pernoitam os camelos e o dormitório de elefantes. “Quando chove muito, o local inunda”, comenta um integrante do comitê. Outro dos espaços com problemas é o que acolhe dragões de komodo. “Temos vários lagos sem drenagem, que temos que esvaziar com uma bomba”.
Os trabalhadores explicam que algumas destas deficiências de infraestrutura podem afetar a saúde dos animais.Um exemplo é a pintura com a qual foi recoberto o grande tanque em 2009 – local onde antes estavam os golfinhos – e com poucos dias começou a se desmanchar. Como os cetáceos “arrancavam” a pintura, após várias tentativas de repintar a piscina sem êxito, decidiram mudar os animais definitivamente ao pavilhão coberto, “porque o público não pode vê-los se não houver atuação”. A mesma fonte ressalta que os leões marinhos substituíram os golfinhos no tanque, mas a pintura continua se soltando, fato que asseguram que denunciaram diversas vezes.
Fontes da empresa municipal sustentam que o tanque dos golfinhos é uma construção dos anos 70 “muito difícil de remendar”. Neste sentido, comentam que quando foi apresentado o plano estratégico do zoo foi contemplada a possibilidade de fazer um novo tanque para os golfinhos, “já que todo mundo sabe que não se pode continuar com um local tão apertado e com graves deficiências estruturais”, mas também reconhecem que as dificuldades econômicas no momento impedem a construção.